Esses dias li no blog da Vanessa um texto sobre linhas, limites. Gostei bastante e, no momento em que vi, pensei em escrever algo sobre, mas ainda bem que não já fiz a intertextualidade. Ela me é necessária agora. Preciso dela e de uma brincadeira de criança que eu adorava: coelhinho sai da toca.
A professora riscava círculos com giz no chão do pátio, cada criança entrava em um e uma ficava para fora. Quando a tia gritava: "coelhinho sai da toca!", todo mundo corria e entrava em outro círculo. Quem ficasse fora, perdia. Hoje eu brinco de novo, mas a professora que grita é a minha consciência. Só que ela está dentro de mim e os outros coleguinhas não escutam. Dentro do círculo, há mais de um, há dois, há três e a brincadeira não é assim. Esse um, esses dois, além disso, ficam entrando e saindo intermitentemente, mas a decisão de acabar com essa brincadeira sem propósito é minha. Aquele espaço dentro do círculo é meu e só cabe à mim impedir que eles entrem, mas, ah! A "intermitência é tão erótica" e eu sou tão fraca. Tão fraca e preguiçosa. Podia, eu mesma, sair de uma vez desse círculo maldito que eu insisto em contornar. Escuto a ordem da professora, mas continuo ali, parada. Está aí meu outro ponto fraco: a inércia e a tontura. Adoro ficar tonta.
A esperança é que eu canse e resolva brincar de esconde-esconde.
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