quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Não só desejos, mas realidade.


Parando agora para pensar, 2009 foi um ano muito bom para mim. Depois da desgraça que foi 2007 e do cansaço que foi 2008, me recuso a reclamar de 2009.
Em 2010, eu só queria ser mais útil, só isso. Ficar feliz em receber um abraço e ver se abrir um sorriso sincero. Só vou desejar isso pra não ter nem a desculpa do esquecimento.
A calcinha vermelha não lembrei de comprar, mas pintar as unhas de vinho será que serve? Droga, o nome da cor é "vinho reserva", devia ter pintado de "Affair", acho que faria mais efeito.
De qualquer forma, com affair, sem affair, com vinho e muito vinho, que 2010 seja um ano bom, seja lá o que isso quer dizer e seja lá a importância que tenha eu escrever isso aqui.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

(..)

Faz tempo que quero escrever aqui, mas não consigo. E sabe, isso é tão angustiante. É como você não ter assunto pra falar consigo mesmo e logo eu que tanto falo sozinha.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Um presente de Jah.


Toda vez que ele tocava no assunto, ela enrolava:
- Vamos, vamos sim.. no fim de semana.

(...)
- Estou tão indisposta hoje, querido. Vamos na quinta-feira?
Ele, sempre paciente e doce, concordava.

Chegou a quinta e era uma quinta-feira chuvosa. Ficou aliviada, dessa vez não precisaria de desculpas e indisposições, o tempo falava por si só. Foi almoçar com a família e, quando voltou, ele a esperava:
- Você vai? Eu vou!
Diante daquela afirmação decidida e individualista, ela titubeou. Não era o que esperava e mais: onde estavam a paciência e a doçura de sempre?
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu, preciso conversar.
Estremeceu.
- Eu vou, me espera tomar um banho rápido?
Foram.
No caminho, ele contou toda a confusão que ocorrera, eram tantos problemas de uma vez que ela só conseguia aconselhar calma enquanto ia ficando cada vez mais nervosa. Chegaram. Chegaram e viram aquele mar agitado, o dia nublado, a praia vazia e um toco, um pedaço de árvore que parecia ter sido posto ali especialmente para eles. Passaram a tarde vendo as ondas que iam e vinham e se protegendo da chuva com um único guarda-chuva que era uma grande desculpa para que ficassem cada vez mais perto. Um grande navio apareceu no infinito e de repente sumiu. Ela, sempre bobinha, jurou que estava com medo e perguntou o que tinha acontecido. Ele, rindo da inocência, também jurava que logo ele reapareceria, depois que passasse pela neblina (?) toda. Promessa cumprida.
Foram embora e ele agradeceu por tê-la por perto.
Ela agradeceu a si mesma, em silêncio, por ter evitado tanto aquela ocasião para que, apesar das controvérsias, acontecesse no dia certo: um tarde triste e chuvosa.

"Vou flutuar nas ondas do mar.."

domingo, 13 de dezembro de 2009

Mariana.


Mariana, como é bom te ter de volta! É tão prazeroso te sentir pulsar aqui dentro, é uma vivacidade incrível. Você descansou bastante não é, querida? Acho que já está pronta de novo para as portas que a vida irá bater na sua cara, para o sangue que escorrerá dos seus dedos quando os espinhos das flores que você receber te machucarem, mas, mais ainda: pulará as janelas e cultivará os jardins como ninguém!
Estou aqui torcendo por você sempre, por nós. Que as pernas bambas durem o tempo suficiente para que possamos nos lembrar que estamos vivas, que elas se mexem, mas que elas não fiquem frágeis! Que aguentem os tombos e que corram assim que os cães raivosos se aproximarem.
Estarei esperando na janela, querida.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O amor é cego.


Sabe quando você percebe que não gosta mais de alguém?
Quando, ao vê-lo, ao invés de o seu coração acelerar, as suas pernas tremerem, as suas mãos suarem e você caminhar em direção a ele sem saber o que fazer nem falar, mas com a certeza de que não será você que fará nada do que está por vir, que é sempre um outro "eu" que responde quando você está perto daquela criatura. Quando, ao invés disso tudo, você o vê, fica parada e pensa: "Nossa, como ele está gordo e que roupa feia..".

Viva a (falta de) beleza exterior!

sábado, 28 de novembro de 2009

Sobre decepção.


Há tempos não me decepcionava com alguém. Não que as pessoas tenham sido todas boas comigo ou da forma que eu queria que elas fossem. A questão é que não quero que sejam de forma alguma. De uns tempos para cá, quero poucas coisas, na verdade. Tenho apenas dois sonhos na vida e morro de medo de não conseguir realizá-los, o resto é resto e eu juro que não queria ser assim. Bom, a questão é que ontem lembrei o gosto que a decepção tem e confesso que não consegui digerir ainda. O problema não é errar, mas não aprender. Isso de "aprender com os erros" parece mais um clichê ridículo, mas acaba sendo verdade, pelo menos para mim. Sem hipocrisias de dizer que eu prefiro errar, mas tive grandes lições com os meus maiores erros ou com as grandes coisas que já deram errado na minha vida. Não sei se me tornei realmente uma pessoa melhor, mas diferente sei que estou. Mas a questão não sou eu e a decepção nem é o que me consome mais, é mais tristeza por saber da decepção que virá em breve. Sabe como perceber que ama alguém? Quando prefere que o sofrimento dela fosse seu.

domingo, 22 de novembro de 2009

Afogamento.


Estou submersa em uma maré de azar:
Quase vendi meu fígado para conseguir uma entrevista para uma matéria, consegui, mas publicaram errado: sem a entrevista;
Fiz meu trabalho de fotografia, tirei as 24 fotos, mas nada de o fime travar: 26, 29, 32, 44. Na verdade, o filme não estava preso e não tirei foto alguma;
Fiz minha pova prática no Detran sexta e já tinha feito tudo, inclusive colocado o carro no maldito buraco da baliza, mas claro, fui inventar de dar mais espaço e bati a traseira, reprovei;
Estou com amigdalite pela quarta vez em seis semanas, meu pai não está podendo dirigir e tive que ir para dois hospitais hoje de ônibus. Transporte público dia de domingo é uma delícia: demora e vem super cheio, mas como desgraça pouca é bobagem, peguei 5 só hoje;
O médico disse que eu posso ter um sopro no coração;
E para completar, só para completar, estou eu, saindo do banho e fazendo minha retrospectiva de coisas ruins quando toca o telefone:
- Alana, está melhor?
- Aham.. (....)
- Ah, que bom! Liguei pra dizer que você é uma azarada!
- Ham?
- Você é uma azarada!
- Por quê?
- (...)
- PUTAQUEPARIU!
Depois dessa, vou tomar um banho com sal grosso, sério.
Ah! Só pra completar: quando coloquei meus pés na sala, o Botafogo fez o gol aos 46 minutos do segundo tempo. Não contei pro meu pai que foi por minha causa, ou ele teria ficado muito bravo.

Estou submersa em uma maré de azar e detalhe: não sei nadar, claro.

sábado, 21 de novembro de 2009

Trilha sonora.


Música é fascinante.
Transporta a outros tempos, a outros lugares, traz lembranças, cria fantasias, aproxima pessoas. Música é estado de espírito.
Ontem uma amiga me ligou para compartilhar a "bad vibe" quando escuto, ao fundo, um sonido característico:
- Está escutando Radiohead, né?
Escutei Radiohead a semana toda e é impressionante o quanto isso potencializava a minha tristeza, que se tornava desespero. Mas, ao mesmo tempo, acabava sendo uma sensação boa porque depois daquela explosão durante "No surprises", depois da vontade de acabar com tudo de uma vez, depois dos 3 minutos e 49 segundos, era como se tudo tivesse ficado bem, leve.
Hoje à tarde, depois de MAIS UMA crise de amigdalite, desisti de ler o livro da Fenaj e fui dormir. Coloquei Radiohead e tive pesadelo. Acordei suada, atordoada, fui abrir a janela e bati meu cotovelo, porque tudo o que eu precisava no momento, era de uma dor de cotovelo.
Falando em cotovelo, esses dias minha mãe abriu a porta do meu quarto e pediu pra que eu colocasse outra música: "Alana, eu não gosto quando você escuta Fresno, eu sempre acho que você está sofrendo por amor...", UAHDSIUAHDSAHDSAIUDHSADIUA, eu dei muita risada e disse que esse perigo eu não corro, não quando escuto Fresno, mas achei melhor não mencionar os estragos que Gram provoca em mim.
Depois de muita tristeza aumentada com Lucky, The tourist e No surprises, resolvi mudar o disco e coloquei Natiruts.
Não sei o que acontece comigo, mas fico incrivelmente feliz:
"Não chore, meu amor, tudo vai melhorar.."
Já até dancei pela casa (e TPM é uma desgraça).

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bola de neve não, avalanche.


Tenho tanta coisa pra fazer, mas tanta, tanta, tanta que se eu me lembrar disso a toda hora, vou enlouquecer. Nessa necessidade de sobrevivência, aprendi a pensar em uma coisa de cada vez - pensar sempre na mais próxima - até que ela se resolva e eu possa pensar na outra. Cada dia a mais, é uma coisa a menos, mais ou menos isso. O ÚNICO PROBLEMA é que nada tem se resolvido, mais do que isso: tudo tem virado um problema maior, maior, maior e agora não adianta: a bola de neve já virou avalanche e a minha cabeça vai explodir de tanta dor. Dói tanto que nem pra Pasárgada eu consigo ir e eu sempre acho que é covardia cair tudo em cima de mim assim de uma vez, mas eu sempre sobrevivo, eu acho.

domingo, 15 de novembro de 2009

Eu, monstro.


Sempre fui uma pessoa organizada e isso sempre se passou como natural para mim, nunca tive grandes reflexões a cerca das minhas arrumações, nem o quanto isso era importante, etc, etc. Até que eu me tornei uma pessoa desorganizadíssima! A bagunça do meu quarto me deixa louca e o pior é que está tudo aparentemente no lugar, ou seja, minha mãe não tem ataques histéricos me mandando arrumar nada e, é claro, continua tudo do mesmo jeito: um monte de papel sobre um monte de papel e mais papel! O problema disso tudo, definitivamente, não é a estética do meu quarto. Acontece que esses malditos papéis são importantes, cada um na sua hora, e justo na hora do X, o maldito desaparece! Além de desorganizada, eu agora não sou nada pontual e a hora do X é tipo 02:25 da madrugada do sábado no qual eu preciso fazer um trabalho sobre Paulo Freire, ir dormir e acordar cedo pra fazer outro trabalho no domingo (que delícia!). Acontece que além de desorganizada e atrasada eu também sou preguiçosa e não levo o meu caderno à faculdade, ou seja, cada dia anoto em um pedaço de papel diferente que depois eu não sei onde enfiei. Bom, amanhã quando eu estiver louca procurando minhas coisas sobre Talese, Paulo Freire vai aparecer, com certeza, e eu só não vou mandá-lo àquele lugar, porque educada eu ainda sou.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Agulhas e amor.


Agora moram dentro de mim além de algumas pessoas, alguns sonhos, algumas dúvidas, algumas certezas e algumas crises, umas bactérias queridas. Tão queridas e egocêntricas que não me deixam falar, engolir, comer e dormir, me querem só para elas. Mas sabe, eu não gosto desse tipo de relacionamento sufocante (literalmente) e resolvi me livrar delas antes que elas acabacem comigo.
Depois de quase desmaiar, fui ao Hospital - como eu odeio aquele lugar - o médico me passou uma injeção e me encaminhou para o otorrino. Não tenho medo de injeções, houve uma época em que eu tomava uma por mês e isso nos fez amigas, mas isso já faz um tempo e digamos que a relação anda estremecida, mas estava lá, tranquila até chegar o enfermeiro:
- Você já tomou essa injeção?
- Sei lá.
- Bom, ela vai arder um pouco..
(já fui ficando tensa, ISSO NÃO É COISA QUE SE DIGA!)
- Huum..
- Lá vai: um, dois, três e .. JÁ!
Na hora, eu fechei o olho e imaginei que ele fosse enfiar a agulha como que me dando um soco, acho que foi por conta da contagem regressiva (QUE CARA SEM NOÇÃO!). Penso que ele não fez isso porque não doeu tanto - TANTO, porque doendo está até agora.
À noite tive que tomar outra, essa sim doeu, mas não por causa da enfermeira, mas da substância mesmo, mas foi rápido. Enfim, como dizem por aí:
O amor é mesmo uma dor.
(-q?)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nascedouro.


Quem não vai torcer pro coração bater?
Dá-lhe viver!

sábado, 7 de novembro de 2009

Círculos.


Posso seguir os mais variados caminhos:
andar, correr, pegar atalhos, parar, falar com estranhos, me perder, esquecer quem eu sou, mas, no final, vou chegar sempre ao mesmo ponto: cair do mesmo abismo.
Isso já perdeu a graça!

Não quero mais andar em círculos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Velocidade máxima.


O que aconteceu com o tempo?
Ontem mesmo eu peguei o celular para ver a hora e tive a sensação de que a data ia mudando a cada vez que eu olhava.
Tempo, querido, vamos mudar da quarta para a primeira marcha! Você sabe que eu não sou muito boa nisso.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O seu perfume pela casa.


Tenho uma relação muito particular com cheiros. Às vezes sobe um aroma que me faz lembrar algo ou alguém e me transporta pra esses lugares, pra perto dessas pessoas e eu gosto muito disso: felizmente, o meu senso olfativo é muito tendencioso e só me traz boas recordações. Algumas vezes vem um perfume característico e eu não consigo sossegar enquanto não me lembro de quem é aquele cheiro e mais: junto, vem muito sentimento. Fora isso, tenho amores de acordo com os meus perfumes. Isso vai parecer a coisa mais fútil do mundo, mas é verdade (ou coisa da minha cabeça): para cada perfume que eu já usei, existe alguém especial interligado. Tão ligado que já me causou enjôos usar um perfume que me lembrasse alguém do passado.
Hoje eu tive um desses "deja vus" olfativos. Abri o Sundown e, de repente, estava na casa da minha avó, de mau humor por ter acordado cedo e me perguntando por que raios eu disse ao meu primo que iria à praia com ele ou então o porquê de não ter marcado de sair ao meio-dia. Enquanto eu acabava de passar o protetor solar, de arrumar a bolsa e ainda iria tomar o meu café preto com pão sem nada, ele me esperava pacientemente na sala vendo televisão. Nós iríamos passar a manhã na praia, discutir e depois ele iria me esperar tomar banho para ir à casa dele assistir filme e fazer as pazes. No início do filme eu iria dormir, ele também e ficaria tudo bem. No fim de semana seguinte nós iremos à praia de novo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Flor do dia.


Bom dia sol, bom dia nuvens, bom dia carro no qual eu quase bati, bom dia ciclista que eu quase atropelei, bom dia baliza que colaborou muito hoje comigo, bom dia Zeca Baleiro que embala a minha dança matinal, bom dia amoxicilina que cura a minha amigdalite e bom dia quinta-feira, porque amanhã é sexta. Só não vou desejar bom dia pro meu trabalho de fotografia, estou com sono e a "janela da (minha) alma" só mostra a cama brincando de sedução com a minha vontade de dormir e sabe, eu sou fácil demais.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Traiçoeira.


Não sei por que eu ainda insisto em querer contar com a ajuda da sorte. Tá, não vou ser injusta e dizer que ela nunca esteve ao meu lado - afinal de contas, eu já ganhei uma bicicleta em um sorteio Oo - mas, ultimamente, ela se esqueceu de mim. Maldita a hora que eu resolvi internalizar a máxima de: "foda-se, vai dar certo..", não tem dado nada certo e sim, eu estou me fudendo.
Fora isso, cada vez mais eu me sinto no lugar errado. Eu não nasci para estar implorando atenção de ninguém, para estar insistindo, mandando emails, ligando mil vezes, aparecendo de surpresa, tendo que desligar o celular e ficando nervosa a cada vez que a interferência na caixa de som do meu computador se anuncia - sinal de ligação ou mensagem - ou a cada vez que a janela do meu hotmail sobe avisando que tem email novo. Eu não quero passar essa madrugada tensa e na espera. Não, não é o pseudoamor da minha vida, é, na verdade, algo que eu nem acho importante.
É, só posso estar mesmo no lugar errado e eu nunca tive tanta vontade de me teletransportar ou de ser um pouco amiga da sorte.

-
sorte, querida, retiro tudo o que eu disse. você é uma doçura, linda e eu te amo. O EMAIL ACABOU DE CHEGAR. era pegadinha do malandro, né, engraçadinha? era só pra me deixar nervosa, eu sei, confessa que você me acha linda quando estou impaciente.. tá, tá, tenho que terminar a matéria que é para hoje! tchau. estou te devendo uma, sorte!
meligasemprequeeuprometoquefaçocaradenervosasóparavocê!

domingo, 18 de outubro de 2009

Pílula pro dia seguinte.


Adoro receber cartas, acho que é com uma das coisas que mais fico feliz. Lembrei de uma em especial agora e não pela carta em si. Nessa, além de vários papéis, tinha uma foto e um envelopezinho de plástico com um comprimido e um bilhete cor de rosa que dizia: "Usar somente em EMERGÊNCIA! É um remédio que te deixa SUPER feliz e te faz dormir MUITO bem!". Na hora, achei graça e quando minha mãe viu, foi logo perguntando se era droga. Agora eu não estou achando mais graça nenhuma, de nada, a propósito, e só fico preocupada em tomar o remedinho agora e o amanhã for mais urgente que o hoje.

Qualidade de vida não começa com Alana.


Minha qualidade de vida anda muito em baixa!
Vou dar um conselho a vocês: não pintem suas casas! Nunca! A não ser que tenham dinheiro suficiente para deixar tudo na mão dos pintores e de um designer de interiores e que possam ficar em um belo hotel enquanto as paredes recebem retoques. Se alguém vier com a história que vocês ficarão na casa de conhecidos, não caiam nessa! É roubada! Passei a semana toda dormindo apertada - dois colchões para quatro pessoas - quando não tinha que passar a noite em casa em meio a galões de tintas, pincéís e muita poeira, para que terminasse meus trabalhos. Ah! Se vocês possuírem mães histéricas, desistam da pintura também. Mesmo com designers e afins, pode ter certeza que ela não parará de falar por um minuto e se ela te fizer alguma pergunta do tipo "que cor mando pintar aquela parede?" e você não souber responder ela vai ficar muito brava - SE ELA NÃO SABE, POR QUE RAIOS EU TENHO QUE SABER?
Fora ter dormido mal durante toda a semana e ter feito mil vezes o trajeto: minha casa - casa do amigo do meu pai, comi muito mal! NÃO AGUENTO MAIS COCA-COLA, frango e biscoito de chocolate! Dormi mal, comi mal e tinha mil coisas pra fazer, ê beleza.
Mas calma, hoje é sábado/domingo, é fim de semana, dia de descansar..
Descansar?
Hoje foi o pior de todos os dias! Acordei na hora do almoço com aquele enjôo típico dos sábados e fui logo almoçar - pouco, porque a ressaca não quis colaborar. Vim para casa porque precisava, urgentemente, fazer umas coisas no computador e, assim que o liguei, o pintor veio me avisar que precisaria desligar a eletricidade. Desci e minha vizinha de 80 anos apareceu, ela tem dois assuntos: morte e o ex-marido. Geralmente é morte, mas, logo hoje, foi o 'digaçado'. A senhorinha me deu mil conselhos porque eu sou 'uma menina nova e preciso saber dessas coisas'. Tudo que eu não precisava ouvir era história de ex depois de uma sexta-feira ébria com a Bruna. Tinha tido overdose de ex, mas um pouquinho a mais em um sábado à tarde não deve fazer tanto mal...
Ah, mas faz! Fez tanto que eu coloquei o fone e deixei que ela falasse sozinha, tadinha.. de vez em quando eu murmurava uns "aham", "uhum", "é assim mesmo" só porque eu sou legal.
Subi finalmente e o universo - COMO SEMPRE - não colaborou comigo. Nada de email! Mudança de planos e nada de nada. Enfim, passei a tarde e a noite tentando driblar os imprevistos e agora estou entorpecida de tinta a óleo. Tão entorpecida que às 23:00, enquanto ajudava a tirar as manchas de tintas dos móvéis, recebi um aviso: a sala girou e lembrei que só tinha almoçado!
Bom, agora eu vou dormir porque não há nada que me faça mais falta do que a minha cama e hoje eu vou ter sonhos flutuantes: minha cama e o cheiro de tinta à óleo. Isso é muito mais alfa do que qualquer show do Natiruts do dia anterior.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Punctum.


"É também picada, pequeno buraco, pequena mancha, pequeno corte - e também lance de dados." (Roland Barthes)

É isso; são três.
A sorte (?) está lançada.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Azar e azar.


Azar no jogo, azar no amor.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sorte ou azar?


Sorte no jogo, azar no amor.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ego(centrismo).


Isso só tem a ver com orgulho, rejeição e ego.
Adoro quando você mata a minha fome e alimenta o meu ego.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Condicionado.


Uma tarde de segunda-feira. Mais do que isso: o meio dia de um início de semana lotada e um calor insuportável. 13 pessoas na biblioteca. Não que fosse um número grande, mas para uma segunda de uma semana cheia e calorenta estava ótimo. O detalhe: a energia havia acabado. Estavam os 13 à luz do sol e aproveitando os resquícios do clima refrescado pelo ar-condicionado.
"Pipipipipipi...", o aparelho geladinho deu sinais de vida. Todos olharam para cima aos poucos, como que esperando que ele lhes dissesse algo, lhes soltasse um arroto gelado e recomeçasse a roncar. Mas não! Era alarme falso. O aparelho era sonâmbulo, isso sim, e, depois de uma crise, voltara a dormir.
Silêncio.
O silêncio e o calor retomaram a biblioteca e os 13 nunca quiseram tanto estudar no barulho.

sábado, 5 de setembro de 2009

Escorre pelas mãos.


Hoje vi a minha felicidade como uma ampulheta. Como algo que eu deva calcular bem o quando usar. Gastei na hora errada: acordei pulando, correndo, cantando e dançando pela casa, mas qual é a utilidade de se acordar feliz? Uma manhã em casa é o contexto propício pra mau humor, cara amassada e mau hálito. Não tinha nada que ter deixado a areiazinha começar a cair na hora errada! Durante o resto do dia, o que sobrou foi caindo devagar até que não restou nada. Até que eu procurei areia pelo chão, mas só tinha caco de vidro. Os cacos que peguei, coloquei na ampulheta e começaram a cair dentro de mim. Não, não senti felicidade.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Contra a ordem de despejo.


Há tempos que ando me contradizendo. Aliás, talvez seja a mudança intrínseca mesmo, o movimento, a dialética.. (?) mas hoje me dei conta de que continuo acreditando em uma coisa: faça tudo o que você acha que é certo, o que vai te fazer feliz, desde que isso não prejudique àqueles que te querem bem.
Parece ser apenas mais uma "filosofia" politicamente correta, mais uma daquelas frases feitas que eu anotava em um caderninho quando estava na sexta série, mas acho que é essencial que se tenha esse tipo de posicionamento. Ninguém vive sozinho e pedir que as pessoas simplesmente te aceitem sem esperar o momento delas, é, no mínimo, tão egoísta da sua parte, quanto não ser aceito é da parte dela. É difícil mudar concepções só para ver o outro feliz, sobretudo quando se pede que tudo seja repensado da noite pro dia e quando se sabe que o outro vai sofrer.
Estou triste e preocupada. As pessoas não devem privar as suas vontades pelos outros, mas pensar só um pouquinho.. agir com o mínimo de cautela e compreensão não mata. Mas compreensão não só se pede, é preciso dar para receber. Sinceridade tem a sua hora e, é claro, o seu preço.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

He.


Revirava, remoía, remexia.
Era quase que uma atração por problemas - e dos grandes.

(eu gosto é do estrago.)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Filtro solar.


Gosto de me enganar e entrei na internet pra pseudo-fazer o simulado do Detran já que a minha prova teórica é amanhã. Nesse super estudo, um amigo me mandou um link do youtube por msn, era a paródia narrada pelo Rafinha Bastos do vídeo de "Filtro solar" que tem a narração do Pedro Bial.
A questão é que eu lembrei de quando o professor passou na isolada a versão "original". Eu estava tão fragilizada, nervosa e ansiosa que eu chorava feito uma criança ouvindo o Bial dizer coisas do tipo: "não se preocupe, cante, não seja leviano com o coração dos outros, não perca tempo com inveja, dance, viaje, respeite os mais velhos..", AUHDASHDIUSAHDIUSAHDIA, aquelas aulas eram mais terapia, autoajuda do que pré-vestibular, mas tudo bem, hoje eu estou na faculdade e me divirto escutando: "se você nao quer acreditar e nem seguir nenhum desses conselhos: foda-se! Mas pelo menos ouve uma coisinha: enfia o filtro solar no teu rabo!"

Tanto estudo pra isso..

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Preto e branco.


Essa semana tem sido uma das piores dos últimos tempos. Eu odeio dualidade, inconstância e é exatamente isso o que tem me definido: os pólos extremos, mas sem nada de meio, de yin-yang, de equilíbrio. É raiva, é felicidade, é amor, é ódio, é sonolência, é agitação, é vontade de querer desaparecer, é desejo de estar em todos os lugares..
Ontem eu pensava seriamente em alternativas profissionais, em largar a faculdade, o curso.. hoje eu tive aula de fotografia no Recife Antigo e voltei pra casa me sentindo a pessoa mais bem resolvida do mundo. Vinha pra casa no ônibus toda feliz inclusive pensando em transformar essa felicidade em palavras e colocar aqui.
Agora a felicidade foi embora e há taturanas no meu estômago soltando aquele veneno que queima e não, não é gastriste, asia, ou sei lá o que, eu não bebi.. antes fosse isso. É raiva mesmo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Substituição.


Quando percebeu a semelhança, tinha certeza: seria aquele. Por uma noite sentir-se-ia satisfeita, com a autoestima recuperada e sem dores de cabeça no dia seguinte.
Foi assim, foi simples assim e essa simplicidade é que foi o limiar entre o parecer e o real. O verdadeiro, ela sabia, não teria um pingo de semelhança com aquela noite, com a falta de problemas daquela noite.

domingo, 9 de agosto de 2009

Só se sente.


Hoje é dia dos pais.
Aqui em casa a gente nunca ligou muito pra esse tipo de comemoração, apesar de que sempre que minha mãe está com raiva ela faz questão de relembrar o último dia das mães. Hoje é simplesmente mais uma data. Algo que alguém resolveu marcar no calendário e repetir todos os anos para que fôssemos aos shoppings, lojas e afins comprar um presentinho para os nossos queridos pais. Até porque comprar um presente pro meu pai com o dinheiro dele é realmente uma coisa bastante significativa.
Deixando o lado mercadológico para lá, o dia me fez pensar que eu nunca falei do meu pai aqui e ele é realmente alguém que pesa muito aqui dentro. É uma pessoa que eu amo tanto, tanto, tanto, mas que eu não consigo dizer isso de nenhuma forma e ultimamente eu tenho tido medo de que ele não saiba desse amor. Queria descobrir um jeito de quebrar esse muro invisível que existe entre mim e ele e que ele nem sabe que está lá. Queria poder chegar e abraçá-lo todos os dias, mas tem alguma coisa que amarra os meus braços e o pior é que sei que todos os dias ele está lá, sentado e esperando o meu abraço. Queria conseguir dizer que ele é a pessoa mais doce e paciente que eu conheço. Queria agradecer por todas as coisas boas que ele me ensinou, por todos os incentivos que me deu, mesmo quando esteve calado. Queria agradecer por tudo que eu sou hoje e por eu ser igualzinha a ele. É isso, inclusive, o que me conforta: saber que eu sou igual a ele e que talvez eu não precise dizer nada disso pra que ele saiba tudo o que eu sinto, porque há coisas que só se sente.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Meus filmes, meus livros e.. nada mais.


Eu assisti a tantos filmes nessas férias que às vezes, do nada, umas cenas vão surgindo na minha mente e eu paro pra pensar: "meu Deus, de que filme é isso?".
Não li tantos livros quanto vi filmes, mas eles já estão me enlouquecendo também. Ontem me senti a Úrsula Buendía constatando que assim como a vida da família dela, a minha também anda em círculos. Mais do que isso, os fatos vão se repetindo e a cada vez eu vou tendo a postura que um personagem da história da minha vida já havia tido e ocupo uma posição que outrora foi de outro alguém. (Minha cabeça deu um giro de 360º agora, que confusão.. mas são os círculos, a roda viva! tá, parei.) Nos meus "100 anos de solidão" a personagem principal é um indivíduo, não um grupo e o título não poderia se encaixar melhor.
Ando me sentindo também como o Eulálio. Eu falo, falo mais uma vez, vou, volto, mas caio sempre no mesmo assunto, no mesmo ponto, no mesmo abismo e, assim como ele, eu sei que as pessoas devem estar cansadas de ouvir sempre sobre o mesmo, mas é mais forte do que eu. "Leite derramado" pode parecer besteira. Mas tem machas que nunca saem totalmente, só que já derramou.. não tem mais jeito.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Passa (aqui).


Agora que acabou a minha vida de férias - nem tanto assim já que todos os professores faltaram desde segunda - senti necessidade disso aqui: de publicar essa minha angústia que está deixando meu coração do tamanho de uma ervilha e com o peso de uma melância. Na verdade, vou me medicar com o único remédio para esses casos: o tempo. Para um: uns dias; outro: uma semana no máximo e o último: três anos e meio.
Pelo visto vou precisar muito de farmácia ou então disso aqui mesmo. Depois de escrever essas bobagens meu coração já tem o peso e o tamanho de um punho fechado!

domingo, 26 de julho de 2009

Sol, praia, Felipe Dylon.


Eu adoro crianças, sou louca por elas, especialmente se for menina. Acho que isso é porque eu tenho pouco contato com elas já que a atual geração da minha família é toda masculina. Minhas primas bem que poderiam variar um pouco.. então, por isso, eu mato a minha vontade com a minha vizinha linda! Ela não vem muito aqui em casa, mas sempre que eu passo em frente à casa dela e ela está na varanda, é uma festa.
Hoje, um dia de inverno - não que a estação realmente se manifeste no nordeste, mas as chuvas são constantes - minha mãe tem a brilhante idéia de irmos à praia. Enquanto meus pais esperavam que meu irmão e eu descêssemos, minha mãe ficou conversando com ela:
- Pra onde vocês vão?
- Passear..
- Quero ir com vocês!
- Mas, meu amor, hoje não dá porque vamos à praia..
- Você vai tirar a roupa lá?
- UASHDUISAHASU, vou, vou sim.
- Eu também vou, mas só quando estiver sol..
Meu irmão e eu chegamos e ela começou um chorinho porque continuava querendo ir conosco, mas dissemos que a levaríamos outro dia e a mãe dela ficou consolando.
Chegamos à praia junto com a chuva. Ficamos no carro para ver se passava e nada. Voltamos para casa e minha mãe comentou:
- Até a Maria Elis pensa mais do que nós.

obs: ela tem dois anos e é linda demaaaaaaaaais *_*

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Amélie, Amélie..


Hoje foi mais um dia que eu sai de casa meio sem graça, sem sal, sem humor e voltei plena.
Sexta-feira passada, parecia um programa normal e mais: talvez bobo. Ir ao Antigo à tarde. Eu adoro o Recife Antigo, mas à noite. Pessoas, músicas e bebidas. Mas à tarde? Eu arrisco dizer que foi melhor do que qualquer noite. A exposição na Torre Malakoff, o passeio de canoa, o lanche na padaria e o vinho no fim da tarde me fizeram tão feliz!
Hoje não parecia que seria bobo, mas eu esperava brincar. Eu ando com tanta vontade de correr, suar, brincar de esconde-esconde, pular corda.. só que no fim das contas muita gente não foi. Por um momento eu pensei que os meus planos fossem por água abaixo. Na verdade eles realmente não foram concretizados. Mas ficar ali no laguinho conversando, rindo, comendo e matando a saudade me fez sentir que valeu tanto como qualquer brincadeira de criança que eu ando sonhando. Um outro detalhe legal é que há dias chove toda tarde. Hoje abriu um solzão! E mais: na hora que eu estava indo embora, começou a chover e eu andava loooouca pra tomar banho de chuva e lavar a minha alma! Fui pra casa tão satisfeita e nem senti medo de ser assaltada no caminho esquisito.

O que importa é que eu tenho os meus amigos e que eles não aparecem só quando eu bebo. (intertexto: Vanguart) :]

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A menina que roubava livros.


"As árvores eram altas e triangulares. Permaneceram caladas.
Liesel tirou da bolsa "A sacudidora de palavras" e mostrou uma página a Rudy. Nela havia um menino com três medalhas penduradas no pescoço.
- "Cabelos cor de limões" - leu Rudy. Seus dedos tocaram as palavras. - Você falou de mim com ele?
No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde a beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando.
Anos antes, quando os dois haviam apostado corrida num campo lamacento, Rudy era um conjunto de ossos montado às pressas, com um riso irregular e hesitante. Sob o arvoredo, nessa tarde, era um doador de pão e ursinhos de pelúcia. Um tríplice campeão de atletismo da Juventude Hitlerista. Era seu melhor amigo. E estava a um mês de sua morte.
- É claro que falei de você com ele - disse Liesel.
Estava se despedindo, e nem sabia."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aqui, dentro.


Às vezes eu fecho os olhos para não perceber que talvez as coisas estejam mudando. Porque elas mudam, eu sei, mas você era uma das poucas que eu acreditava que mudavam junto comigo. Você estava sempre aqui, mesmo estando lá. Você vai continuar lá, mas eu quero que continue aqui: dentro.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

- Alô, quem é? (já sei)


Lembra a ligação? A da menina que ia levar o cachorro para passear e ao cinema. Talvez eu também receba uma. Coincidência é que eu não tenho cachorro, mas estava saindo justamente para ir ao cinema quando soube. Só que fui. O telefone ainda não tocou. Vai demorar, na realidade. Se é que ele tocará. O único problema é que eu não sou esperta como ela e sou capaz de retornar a ligação, mandar mensagens e afins. O problema não é nem esse. É que eu vou acreditar que tudo o que será dito é verdade. Hoje eu sei que não é, mas a minha memória é muito fraca, até lá já terei esquecido. Tenho certeza.
Ou não.
As coisas nunca acontecem como eu imagino mesmo. Talvez meu telefone seja cortado e meu celular roubado (mais uma vez). Talvez não exista situação nem vontade de ligar.
Talvez, talvez.
Enquanto isso, vou me preparando - para o pior, sempre!
O que vier é lucro. (ou não)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O homem das rosas.


Todos nós guardamos segredos. Alguns são egoístas e inconfessáveis. Mas aquele homem tinha um segredo. Ele era "o homem das rosas".
Quando ele andava nos lugares e escutava histórias de alguém que estava passando uma hora difícil, por doença, perda de alguém, de emprego, etc, etc, anonimamente, ele enviava uma rosa para a pessoa. Ao morrer, ele havia enviado, se não me falha a memória, seis mil rosas! E tinha um pacto com a florista da cidade para ela não divulgar o seu nome, um segredo que ela guardou até que a mulher do homem resolveu contar a história no dia do seu enterro. A última rosa que ele enviou foi para a sua mulher. Disse que para ela reservava a rosa mais bela!
(...)
Sei que as pessoas andam muito assustadas e não interferem para socorrer o outro nem quando este foi assaltado ou atropelado. É como se todos já estivéssemos também tão atropelados e assaltados que não aguentássemos ver ou socorrer vítimas.
Mas enquanto houver uma pessoa que mande, desinteressada e anonimamente, uma rosa para alguém que dela necessite ou a mereça, ainda haverá esperança de que nem tudo secou em nós.
Sei que alguém pode resmungar: "mas que coisa mais piegas!" Talvez seja. Mas também é verdade que a aspereza de nossas vidas fez com que embotássemos os sentidos e emoções. E, no entando, oferecer uma rosa seria tão simples. Tão simples e urgentemente necessário.

-
Affonso Romano de Sant'Anna.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Revolutionary road - Foi apenas um sonho.


- OLhe, Frank, é por causa de dinheiro? Se for, podemos..
- Agradeço muito, mas não é. É uma questão pessoal.
- Vou lhe dizer uma coisa que meu pai me disse. Um homem tem poucas chances na vida. Se ele não as agarrar, um dia vai se perguntar como acabou se tornando medíocre (...)
- Saber tudo o que você tem, saber tudo o que precisa, saber como sobreviver sem tudo isso - é isso que é controle de inventário.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Coração cansado.


Era um dia como outro qualquer, apenas mais um domingo: levar seu cachorro para passear, tomar um solzinho na praia e, quem sabe, um cinema com as amigas mais tarde. Estava já para sair quando o telefone tocou, um telefonema às 7 da manhã em pleno fim de semana não é normal, mas em todo caso aquela era realmente uma situação incomum. Um choro inconsolável do outro lado da linha a pegou de surpresa; queria ela saber o quê estava acontecendo, mas aquele homem não permitia pergunta alguma, só era ouvida a voz dele, intercalada por suspiros e soluços. Lamentava muito, pedia mil perdões, dizia que a amava, implorava por vê-la, precisava daquilo. Sem outra alternativa o pedido foi aceito. Entendia ela que tudo não passava de um mero engano, mas chegava a ser egoista deixar alguém naquele estado sozinho, além do que, sentiria-se culpada depois. Arrumou-se, entrou em seu carro e foi ao encontro daquele desconhecido.
Um desconhecido...antes fosse. Deu de cara com aquele rosto tão conhecido, tão admirável, como pôde não reconhecer aquela voz? A que por tanto tempo lhe dissera palavras doces e bonitas, mas que a surpreendeu com um "desculpe, mas o amor acabou, sempre acaba." Não podia ser, não fazia sentido! Aquela ligação não havia sido um engano, ou talvez até fosse uma brincadeira, não sabia. Mais do que isso, não sabia o quê fazer. Deu meia volta, mas não resistiu a um incomum: "Por favor!".
Estava atordoada, sentou-se e ouviu tudo o quê mais quis escutar por seis exatos meses. Nesse tempo teria ficado satisfeita com metade daquelas palavras, explicações, mas agora nada daquilo fazia mais sentido. Nunca havia amado tando alguém como o amara, mas o fim repentino e sem motivos definidos destruiu o seu 'antigo coração' e nesse meio tempo, aprendera a amar outro alguém: a si própria.
"Desculpe, mas o amor acabou, sempre acaba." Levantou-se, entrou em seu carro, voltou para sua casa e foi levar o seu cachorro para passear.

-
Sonhei com um telefonema. Lembrei desse meu texto antigo. Foi bom ter sonhado: resgatei o texto e mais uns pensamentos para antes de dormir.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Plenitude.


Em todas as tardes possíveis tudo ocorria exatamente igual, como se fosse um ritual.
Pegava um copo com água e entrava em seu quarto. Fechava a porta, pegava os óculos, o celular e um livro. Apoiava o travesseiro na parte mais alta da cama e a cabeça no vão entre o ferro e a parede. Aparentemente era desconfortável, mas de fato não. Abria a janela, o livro e se enrolava com o lençol marrom e branco. Com o tempo, o pescoço doía e o corpo ia descendo até deitar realmente. Virava para um lado, lia, cansava. Para o outro, lia, cansava. Ficava de barriga para cima, mas era difícil apoiar o livro. O sono ia chegando. Acabou o capítulo. Fechava o livro, tirava os óculos e colocava ambos aos pés da cama. Fechava a janela para ficar escuro e se cobria até o pescoço. Cerrava os olhos e começava a fantasiar até dormir, essa era a idéia, pelo menos.
Dali a uns 10 minutos a porta abria. Olhava, mas já sabia quem era. Aquela figura pequena e risonha trazendo um travesseiro.
- Ah, não, eu quero dormir!
- Eu também quero! Dá um espacinho, vai.
- Não cabe, não dá..
- Vai mais pra lá, encosta na parede.
- Olha, é pra ficar em silêncio que estou com sono!
- Está bem, está bem.. psiiiu, silêncio.
Uns 3 minutos se passavam e ela começava a tagarelar sobre qualquer coisa. Sobre a vizinha, sobre a família, sobre a novela, sobre comida.. qualquer assunto. Não conseguia ficar calada de jeito nenhum.
- Psiiiiu, quero dormir, esqueceu?
- Ah é! Silêncio, silêncio.
Finalmente ele tomava conta do ambiente. Virava para o lado da parede e quando o cochilo começava sentia que ela levantava da cama e fechava a porta. Era sempre assim! Sorria às escondidas, uma confidência com a parede e o cachorrinho de pelúcia que ficava entre as duas.
Sua mãe não tinha sono. Entrava todas as tardes no quarto para ficar ali durante aqueles poucos minutos abraçada com ela. Ela também adorava. Reclamava só para se fazer de difícil - era seu esporte favorito. No fim, a tarde era feliz para as duas: a garota teria bons sonhos e a mãe também passaria a tarde feliz fazendo sabe-se lá o que. A única certeza é a de que o amor entre mãe e filha é uma das coisas mais belas que existem.

domingo, 5 de julho de 2009

Família.


Voltei do interior e mais: da casa da minha avó.
Toda vez que regresso de lá, venho pensativa. Fico analisando o quanto a minha vida é diferente da das pessoas que vivem lá e do quanto a minha avó não se parece nada com todas as vovós de novelas, filmes e etc.
As vovózinhas são sempre gordinhas, de cabelos brancos e boazinhas. Nesse ponto, a minha é super magra. Elas sempre adoram cozinhar e fazer as comidas preferidas dos netinhos. A minha ODEIA cozinha, faz o almoço reclamando e só o do meu avô. Quem faz minha comida é minha mãe e é impressionante o quanto fica ruim, acho que é culpa das panelas da minha vó (?)
Quando morava em Campo Grande e ia a Maceió a cada dois anos, era sim um grande evento. Tinha "festas" a nossa espera, comida especial e minhas primas me davam comida na boca. Hoje em dia que eu moro bem perto, acho a viagem bem mais chata: não tem comidinhas, cidades novas e hotéis. Além do que, chego lá sem festas e afins e vou embora do mesmo jeito. Fora isso, como mal (fico sem apetite), durmo mal e não posso ler por ter muito barulho.
Chegar lá e ficar a maior parte do tempo deitada não quer dizer que eu não gosto deles, só significa que eu preciso de um lugar pra ficar sozinha e de um pouco de silêncio. Se tiver isso, juro que consigo sair com um sorriso no rosto fácil, fácil. A falta de dotes culinários da minha vó também não faz com que ela seja pior do que a Dona Benta, mas é que às vezes eu fico tão carente que quem sabe um bolo saindo do forno não me animaria.

Ah! É importante ressaltar que minha vó é muito moderna, isso sim:
- Estão tomando um vinhozinho pra esquentar, né?
- Não, vó, é guaraná.
(aham ¬¬)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Até.


Dessa vez é o meu corpo que vai passear.
A minha alma anda em paz, só espero que retorne assim.
Eu volto, como sempre. Acho.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vocação.


Às vezes me impressiono com a minha maldade.
Meu irmão está em semana de provas, sexta a minha saída foi ficar no quarto dele ensinando Química. Hoje ele perguntou se eu ainda sabia Biologia. Vi quais eram os assuntos e disse que um pouco - mas não estava nada empolgada para lembrá-los. Ele me perguntava enquanto eu escutava música, lia blogs, emails, via orkuts e afins, ou seja, respondia vagamente e com raiva. Resolvi ajudá-lo. Desliguei o computador e me liguei em proteínas, ácidos nucleicos e derivados.
Depois de algum tempo:
- A glicólise ocorro no hialoplasma.
- Tá.
- O que é hialoplasma, Lucas?
- Humm..
- Se você não souber responder isso, eu paro de te ensinar agora!
Risadas, risadas.
- Calma, calma! (risadas)
- Citoplasma, Lucas..
- Eu sabia! Você que não esperou, não vai poder parar!
(...)

- Quais são as fases da mitose?
- Ênclise...
- A ênclise do teu cu! Isso é português! Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase!
- Ah, mas é parecido, Alana.. (risadas)
- AAAAAAAAAAA! A prófase se divide em 5 subfases!
- É o que? (olhar desesperado!)
- HAHAHA, isso mesmo! Vamos lá, quais são!
- Meu Deus, não sei!
- Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno e Diacinese.
- HAAAAAAAAAAM? NUNCA OUVI ISSO! Minha professora não deu!
- HAHAHA, deu sim!
- Não deu!
Ele abriu o livro, realmente só falava das 4 fases sem subdivisão nenhuma.
- Aaaaaah! No meu tempo as coisas eram mais difíceis, heim, garoto!
- Você é muito má, isso sim.

Confesso que fiquei desapontada, qual é a graça de ensinar prófase sem suas 5 divisões, isso não existe! HAHAHA.
Paramos em meiose, nenhum dos dois tinha mais saco.
- Ah, deixa pra lá, foda-se.
- É, isso mesmo, foda-se!

Boa prova, meu amor. :)

Ps: minha mãe vive dizendo pra eu dar aulas particulares, sempre digo que não tenho jeito. hoje realmente me convenci, não tenho vocação alguma!

Já não se sente o mesmo.


"- Eu te traí - disse ela, sem rodeios.
- Eu te traí - disse ele também.
Julia lançou-lhe outro olhar de repugnância.
- Às vezes - disse ela - ameaçam a gente com uma coisa... com uma coisa que não se pode aguentar, não se pode nem pensar. E então a gente diz: 'Não faças isso comigo, faze com outra pessoa, faze com Fulano e Sicrano'. Mais tarde, talvez finjas que se tratava apenas de uma estratagema, mandar que o fizessem a outro, e que não era sério. Mas não é verdade. Na hora que acontece a gente fala sério. Pensa que não há outro jeito de se salvar e se dispõe a salvar-se daquele modo. A gente quer que a coisa aconteça ao outro. Não se importa que sofra. Só importa a gente. Só nós temos importância.
- Só nós temos importância - repetiu ele.
- E depois disso já não se sente o mesmo pela outra pessoa.
- Não - concordou ele -, já não se sente o mesmo."



1984 - George Orwell

domingo, 28 de junho de 2009

Coitadinha.


As pessoas inventam tantas coisas inúteis. A publicidade cria vontades. O mundo poderia ser um pouquinho mais inteligente. Que tal criações que nós realmente precisamos? Agora eu preciso de algo que me faça sair desse dia, algo que eu aperte, coma, tome, não importa, mas que me faça voltar ao início, para a minha cama e que me mantenha por lá até que o dia acabe.
Parece até que o problema é do coitado do dia, quando, na verdade, o problema todo é comigo. Adoro me fazer de vítima do universo. É tão fácil.

sábado, 27 de junho de 2009

Mariana.


Mariana tinha tirado férias. Na verdade, a vida dela é toda ao contrário: estava no turbilhão de trabalhos, tarefas, compromissos. Para qualquer um, esse era o período de atividades, mas para ela não, essa era a fuga. Só se encontrava no ócio. Nos dias sem nada a fazer, nas noites sem sono a dormir. Confesso que ela tinha se acostumado com essa falta de tempo, tanto é que a dananinha relutou em voltar, mas eu sinto saudades de você, menina, já disse e vou repetir: você é o meu elo com a vida, com o sentir. Mas nesse regresso você exagerou! Está querendo recuperar o tempo perdido e se aproveitando das minhas declarações, aposto. Não faz assim comigo, vai com calma, porque eu já estava desacostumada a viver. Não volte assim trazendo tantas coisas, porque faz tempo que não sei o que é pensar. Hoje mesmo já refleti sobre tantas coisas diferentes que só ficou uma na cabeça: está tudo errado e sempre estará! Isso tudo é culpa sua, Mariana. Vem, mas com calma, porque faz tempo que eu não aguento mais o tranco. Vem devagar ou me desfaço de vez. Ou fujo, já estou me preparando..

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Pergunta sem resposta.


Às vezes me acho tão filha da puta. Fico querendo me convencer que não, que sempre fui sincera e não tenho culpa se as pessoas não entenderam, só que talvez a sinceridade não baste. Ando vendo as coisas tão pragmaticamente e a vida não é nada prática. Sobretudo as pessoas! E eu não quero mais (?) machucar ninguém com os meus traumas. O meu subterfúgio é torná-los claro de primeira, mas dói menos quando se tem aviso prévio? Acho que não. E não quero mais que doa. Nos outros. Porque eu já não sinto faz tempo. Só não sei o que fazer.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Larissa.



No último sábado aconteceu a final do quadro "Soletrando" que ocorre anualmente no programa Caldeirão do Huck na Rede Globo. Confesso que o programa nunca me atraiu muito e acompanhei o quadro poucas vezes durante os outros anos. Dessa vez foi diferente, a representante de Pernambuco estuda no colégio onde estudava, o que causava uma identificação. A Larissa Oliveira chegou à final e mais: foi a primeira menina e nordestina (não tenho certeza disso) a vencer! É com ela, então, a minha primeira "entrevista", AUHDASHDSADIUASHD, que vergonha :x

Alana: Como você se tornou a representante do CMR?
Larissa: A partir de etapas feitas no CMR, teve um concurso interno.

Alana:
Você resolveu se candidatar por vontade própria ou houve algum tipo de indicação de professor?
Larissa: Vontade própria e INCENTIVO. Desde o lançamento do quadro eu era a fim de participar e tal.. só que achava que não tinha chance! E eu nem me imaginava na TV, mas sempre gostei de português e tal.. e isso ajudou muito também. Meu pai me incentivou a participar, já que antigamente quando eu assistia o programa, ficava brincando de soletrar junto com os participantes.

Alana: Mas ao se candidatar, realmente achou que iria chegar à final?
Larissa: Eu num tinha noção nem de que chegaria a ir pro Luciano Huck, pô! Eu nunca fiquei confiante demais, sabe? Acho que isso faz mal, mas também não pensava negativo, acho que isso também não ajuda.

Alana: Mas a partir de que momento você achou que poderia ganhar?
Larissa: Caramba, difícil te dizer, visse? Só sei que quando bruno saiu, eu pensei comigo mesma: ''EU NÃO VOU DEIXAR PEDRO GANHAR!'' É que se eu não ganhasse, eu taria torcendo por bruno, entende? Ele é inteligentíssimo! Apesar de não falar muito na frente das câmeras e tal, nos ''bastidores'' ele se soltou mais com a gente (comigo e com Pedro) e ficava contando as coisas..como era lá na rocinha, como era o Rio... muito inteligente.

Alana: Já que estamos falando dos outros participantes, você acha que realmente merecia ser a vencedora?
Larissa: Acho que nós três estávamos no mesmo nível e.. tipo.. quem sou eu pra dizer se eu mereço ou não? Só sei que eu gostei.

Alana: Depois que você começou a aparecer no programa, sentiu que mudou alguma coisa na tua vida?
Larissa: O assédio, com certeza!

Alana: Para finalizar, qual foi o teu maior prêmio? E você pretende continuar no CMR?
Larissa: LÓGICO! Só saio do cmr no 3 ano. E experiência, acho que foi nisso que eu mais ganhei.. é uma coisa que não só eu, mas acho que também os outros participantes vão levar pra vida toda :D



Agradecimentos:
Larissa, Lucas e Rhay :)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Quer uma carona?


Ultimamente eu reproduzi os depoimentos de que sou chata, mesmo sem ter exemplos muito concretos, mas hoje eu me peguei pensando: "Caramba, eu sou uma pessoa muito chata."

Vou começar a autoescola. Meu pai saiu esses dias dizendo que ia atrás, voltou para casa e dali a poucos minutos chega o intrutor na minha casa. (OOI? COMO ASSIM? JÁ?) Ficou acertado que ele me pegaria hoje na Federal para irmos marcar o exame médico e o psicotécnico. Na hora marcada, aparece o carro com um homem de chapéu de palha no volante (AUHSDAUIDHA, ok). Entro, ele começa a dirigir e o celular toca. Ele atende e continua dirigindo - que ótimo exemplo. Depois de um tempo e uma discussão, resolve parar até achar as soluções para os problemas de pagamento ou não-pagamento. Durante todo o caminho, a conversa parece ótima, pelo menos para ele. Eu sempre respondendo: aham, é, uhum, tá.. Na hora de estacionar, ele me pede "ajuda": "Será que o carro pode ficar aqui?" (OI? EU NÃO SEI DIRIGIR, ESQUECEU?). Ontem, lá em casa, o que foi dito é que os exames seriam nesse próximo sábado, mas o queridíssimo resolveu marcar para o dia 04 e não me perguntou nada. O pior foi que eu só lembrei que dia 03 é o casamento da minha tia e que eu vou para Maceió quando cheguei em casa. Fui logo despejando tudo para a minha mãe e ela começou a fazer escândalo e ligou para o meu pai. Ele brigou comigo, disse que não tenho que falar nada disso para ela - por conta do trauma dela com autoescola - e que eu tenho que falar é para ele. Falei tudo e ele disse: "tá." (NOSSA! Oo)
Não sei como as coisas vão ficar, só sei que não gostei dessa cara agitado, que faz mil coisas ao mesmo tempo e que quase fez com que eu morresse atropelada atravessando a Caxangá por entre os ônibus. Eu gosto de pessoas calmas e que falam pouco quando não me conhecem. (NÃO GOSTO DE SOCIALIZAR, AMIGO, DÁ PRA SER?)

Ah! O mais importante: no caminho ele escutava Jota Quest e soltou uma pérola: "Um dia feliz às vezes é muito raro.. que letra linda, né?" AUDHASIUDHDUIA, nessa hora eu não aguentei, ri e confirmei empolgadamente: "É, é, realmente muito bonita..." (AHAM ¬¬). Eu acho que não mereço isso, não sou tão chata assim.