quinta-feira, 29 de julho de 2010

Despedidas e melodrama.

Despedidas são mesmo ruins. Por mais que já tenha tido inúmeras nessa minha ainda curta vida de 19 anos, não consigo me acostumar com elas. É verdade que agora sofro bem menos, mas ainda sempre dói. Dessa vez não é nenhuma grande mudança de cidade de pessoa querida. Dessa vez sou eu quem parte. Não mudo de cidade. Vou sair do estágio.

Queria sair faz tempo. No primeiro mês já sabia que aquilo não era pra mim, que eu não estava estudando pra ser assessora. Nada contra. Só não há compatibilidade de perfil e sonhos. Nesse mês, em especial, contava os dias para a saída. Não que tenha sido um tempo ruim. Pelo contrário. Foi extremamente calmo. A questão é que estou de férias e queria dormir, ir à praia, ver filmes ou simplesmente não ter que trabalhar todas as manhãs e todas as tardes.

Bom, chegou o dia. Aliás, chegará. Amanhã. É amanhã, mas eu já sinto uma saudadezinha aqui dentro. Acho que ando mesmo muito emotiva e, até mesmo, melodramática. Pois é. A Fátima do RH veio aqui agora me pedir, como sempre, um DVD e em meio à conversa, como sempre, ela me chamou de bebê. Esse carinho bobo mexeu. Mexeu porque acho que ninguém me chamará mais de bebê como, carinhosamente, ela me chamava. E, se chamar, não será a mesma coisa. Agora, depois de assinar o ponto no fim de todas as manhãs, não vou dar mais a batidinha no vidro da sala do Marcelo só para dar um tchau. Ainda me pergunto até hoje porque repito, religiosamente, esse mesmo ritual todas as vezes que vou embora. Ainda consigo me surpreender com a empatia que tenho a respeito de certas pessoas. Vou, vou sentir falta sim. Minhas manhãs serão bem menos estressantes, mas vou sentir falta sim.

- Não esquece de passar lá na sala amanhã antes de ir embora amanhã.
- Tá.

Incrível como as palavras fogem nos momentos mais importantes. O "tá" que minha boca proferia era a externalização de um grito mudo aqui de dentro: NÃO, NÃO VOU ESQUECER, É CLARO! E vou ficar triste, confesso.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Bobagem.

"Como assim? Ele tá achando que é a nata do leite e eu o resto pobrezinho que sobrou na leitera? Ele tá é muito enganado! Como mostrar que sou muito mais indiferente a esses sentimentos tolos do que ele pensa? Aliás, será que eu tive muitas atitudes para ele chegar a esse papo chato? Meu Deus! Me ajuda! Será que eu não sou tão escrota assim?"


Seguindo a filosofia poliânica da Duda, já encontramos um bom motivo: boas e verdadeiras risadas!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cuidado com o que pedes.

Andava reclamando da calmaria. Tudo dando muito certo não tem muita graça. "Quero emoção", foi o que eu disse. Pronto, está aí. Às vezes me acho mesmo engraçada. "Acho que deveria estar com mais raiva". Parecia tudo milimetricamente calculado. Não. A raiva de sábado foi verdadeira. No domingo tudo tinha se diluido, mas eu insisitia em dizer que deveria continuar brava. Por dentro uma alegria cochichava: "e-mo-ção". Agora eu posso pedir a calmaria de volta? Pronto, já me diverti. Quero sombra e água fresca. Rápido! A alegria já virou ansiedade e dai é um pulo pra virar desespero. Aliás, surpresa eu ficaria se desesperasse. Sem desesperar, nem esperar. Agora é assim. Mas um pouquinho triste confesso que ficaria. Mas só um pouquinho!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sobre insatisfação.

Me sinto muito mal quando sei que tenho vários motivos para não reclamar, mas não adianta, a maldita da insatisfação grita dentro de mim. Mas isso de não ter o que reclamar é relativo e lembrei da Letícia dizendo que odeia o papo de: "você tem saúde, estudo e uma família que te ama". Sim, eu tenho. Sim, muita gente não tem. Sim, isso é triste pra caralho, mas eu, simplesmente, não posso estar conformada para sempre porque tenho saúde, estudo e família, beijos. A insatisfação é até um sentimento com suas vantagens: é o motor contra a acomodação e a inércia, é o que te faz seguir. Eu sei que meu blog é extremamente chato e que só fala das mesmas coisas: de quando eu estou extremamente triste, de quando eu estou extremamente feliz e da inércia, mas não adianta, tenho uma fixação por círculos. Bom, é isso, estou mais uma vez insatisfeita e deixando os dias passarem na esperança que amanhã seja um melhor. Geralmente tem sido, mas o depois dele é ruim, depois bom, ruim, bom e assim vai sendo, até o dia que não me falte preguiça pra lidar com essa tal insatisfação.

Mantra:  insatisfação é o motor contra a acomodação e a inércia.
Está ouvindo, Alana? Repete, respira, repete, respira, respira e repete.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vilarejo.





Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
(...)






Flores enfeitando                                                                         
                     Os caminhos,
                                      os vestidos,
                                                    os destinos
E essa canção".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ciranda de maluco.

Existem algum momentos que ficam eternizados em minha memória. Às vezes são grandes acontecimentos sociais ou pessoais, outros são aparentemente bestas, sem importância, mas sem bem saber o porquê, eles ficam guardados em mim e aparecem de vez em quando me transportando para um tempo passado. A minha memória seletiva tem sido generosa, esses momentos são sempre bons e trazem a sensação de antes, algo sempre alegre, leve ou sublime.

Desde a noite de sábado que de repente me dou conta e estou no meio do Marco Zero. Carnaval de 2010, mais precisamente a noite de sábado do carnaval de 2010. A princípio, só o começo. Mal sabíamos que ali era o fim. Show do Otto. Esperei tanto por esse show, sabia todas as músicas do "Certa noite acordei de sonhos intranquilos" de cor. E esperava, especialmente, por "Crua". Por "Crua" que mexe tanto comigo: "dificilmente se arranca lembrança por isso na primeira vez dói, por isso não se esqueça, dói.", "naquela noite em que eu chamei você fudia". Não teve Crua, não teve Leite, Janaína, nem nada. Mas tinha as minhas amigas. As que vieram de Curitiba e São Paulo passar o carnaval aqui e eu morria de medo de que elas não gostassem. Eu adorava (adoro) aquilo tudo, mas elas não estavam acostumadas. O medo bateu. Bateu e se dissipou já na primeira noite. Quando elas ficaram alegres com Carreteiro e não queriam ir embora. No sábado, o Carreteiro foi a alegria da noite delas de novo. Incrível como esse vinho seduz aqueles que o conhecem de primeira. Mas é questão de tempo. Depois se torna intragável - como algumas pessoas. Voltando ao Marco Zero. Letícia, Tatiana, Panda (e o bofe) e eu. Otto começa a cantar "Ciranda do maluco": a gente acende, aperta, acocha, beija as nega a noite inteira. Todo mundo pulando e eu só lembro da Tatiana indo quase até o chão e da Letícia gritando pra mim: "Você é legal até sóbria!". Eu ria por fora e por dentro me abria em gargalhada: elas gostaram, não há como não gostar. Mal sabíamos nós que o nosso carnaval acabaria ali. Ciranda do maluco, um espetinho e salmonela.

Ano que vem, nada de comer na rua, queridos. Na rua, bebam! Bebam, bebam, bebam e só!
- Aqui em Pernambuco é bom demais!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

LEVItar.

Tanta coisa mudou de um mês para cá. Tanta coisa. Tenho muito a dizer e as palavras estão todas misturadas e embrulhadas em um sentimento egoísta que quero que seja só meu. Venho nesse blog, vejo a última postagem e não me reconheço: aquela não sou eu hoje. Vim aqui, então, tirar a imagem de outrora e transmitir esse sentimento leve. Fica assim essa coisa meio sem pé nem cabeça, que não diz nada, mas que flutua e repousa. Flutua e repousa. Flutua, repousa e voa.