segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ciranda de maluco.

Existem algum momentos que ficam eternizados em minha memória. Às vezes são grandes acontecimentos sociais ou pessoais, outros são aparentemente bestas, sem importância, mas sem bem saber o porquê, eles ficam guardados em mim e aparecem de vez em quando me transportando para um tempo passado. A minha memória seletiva tem sido generosa, esses momentos são sempre bons e trazem a sensação de antes, algo sempre alegre, leve ou sublime.

Desde a noite de sábado que de repente me dou conta e estou no meio do Marco Zero. Carnaval de 2010, mais precisamente a noite de sábado do carnaval de 2010. A princípio, só o começo. Mal sabíamos que ali era o fim. Show do Otto. Esperei tanto por esse show, sabia todas as músicas do "Certa noite acordei de sonhos intranquilos" de cor. E esperava, especialmente, por "Crua". Por "Crua" que mexe tanto comigo: "dificilmente se arranca lembrança por isso na primeira vez dói, por isso não se esqueça, dói.", "naquela noite em que eu chamei você fudia". Não teve Crua, não teve Leite, Janaína, nem nada. Mas tinha as minhas amigas. As que vieram de Curitiba e São Paulo passar o carnaval aqui e eu morria de medo de que elas não gostassem. Eu adorava (adoro) aquilo tudo, mas elas não estavam acostumadas. O medo bateu. Bateu e se dissipou já na primeira noite. Quando elas ficaram alegres com Carreteiro e não queriam ir embora. No sábado, o Carreteiro foi a alegria da noite delas de novo. Incrível como esse vinho seduz aqueles que o conhecem de primeira. Mas é questão de tempo. Depois se torna intragável - como algumas pessoas. Voltando ao Marco Zero. Letícia, Tatiana, Panda (e o bofe) e eu. Otto começa a cantar "Ciranda do maluco": a gente acende, aperta, acocha, beija as nega a noite inteira. Todo mundo pulando e eu só lembro da Tatiana indo quase até o chão e da Letícia gritando pra mim: "Você é legal até sóbria!". Eu ria por fora e por dentro me abria em gargalhada: elas gostaram, não há como não gostar. Mal sabíamos nós que o nosso carnaval acabaria ali. Ciranda do maluco, um espetinho e salmonela.

Ano que vem, nada de comer na rua, queridos. Na rua, bebam! Bebam, bebam, bebam e só!
- Aqui em Pernambuco é bom demais!

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