Despedidas são mesmo ruins. Por mais que já tenha tido inúmeras nessa minha ainda curta vida de 19 anos, não consigo me acostumar com elas. É verdade que agora sofro bem menos, mas ainda sempre dói. Dessa vez não é nenhuma grande mudança de cidade de pessoa querida. Dessa vez sou eu quem parte. Não mudo de cidade. Vou sair do estágio.
Queria sair faz tempo. No primeiro mês já sabia que aquilo não era pra mim, que eu não estava estudando pra ser assessora. Nada contra. Só não há compatibilidade de perfil e sonhos. Nesse mês, em especial, contava os dias para a saída. Não que tenha sido um tempo ruim. Pelo contrário. Foi extremamente calmo. A questão é que estou de férias e queria dormir, ir à praia, ver filmes ou simplesmente não ter que trabalhar todas as manhãs e todas as tardes.
Bom, chegou o dia. Aliás, chegará. Amanhã. É amanhã, mas eu já sinto uma saudadezinha aqui dentro. Acho que ando mesmo muito emotiva e, até mesmo, melodramática. Pois é. A Fátima do RH veio aqui agora me pedir, como sempre, um DVD e em meio à conversa, como sempre, ela me chamou de bebê. Esse carinho bobo mexeu. Mexeu porque acho que ninguém me chamará mais de bebê como, carinhosamente, ela me chamava. E, se chamar, não será a mesma coisa. Agora, depois de assinar o ponto no fim de todas as manhãs, não vou dar mais a batidinha no vidro da sala do Marcelo só para dar um tchau. Ainda me pergunto até hoje porque repito, religiosamente, esse mesmo ritual todas as vezes que vou embora. Ainda consigo me surpreender com a empatia que tenho a respeito de certas pessoas. Vou, vou sentir falta sim. Minhas manhãs serão bem menos estressantes, mas vou sentir falta sim.
- Não esquece de passar lá na sala amanhã antes de ir embora amanhã.
- Tá.
Incrível como as palavras fogem nos momentos mais importantes. O "tá" que minha boca proferia era a externalização de um grito mudo aqui de dentro: NÃO, NÃO VOU ESQUECER, É CLARO! E vou ficar triste, confesso.
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