domingo, 26 de julho de 2009

Sol, praia, Felipe Dylon.


Eu adoro crianças, sou louca por elas, especialmente se for menina. Acho que isso é porque eu tenho pouco contato com elas já que a atual geração da minha família é toda masculina. Minhas primas bem que poderiam variar um pouco.. então, por isso, eu mato a minha vontade com a minha vizinha linda! Ela não vem muito aqui em casa, mas sempre que eu passo em frente à casa dela e ela está na varanda, é uma festa.
Hoje, um dia de inverno - não que a estação realmente se manifeste no nordeste, mas as chuvas são constantes - minha mãe tem a brilhante idéia de irmos à praia. Enquanto meus pais esperavam que meu irmão e eu descêssemos, minha mãe ficou conversando com ela:
- Pra onde vocês vão?
- Passear..
- Quero ir com vocês!
- Mas, meu amor, hoje não dá porque vamos à praia..
- Você vai tirar a roupa lá?
- UASHDUISAHASU, vou, vou sim.
- Eu também vou, mas só quando estiver sol..
Meu irmão e eu chegamos e ela começou um chorinho porque continuava querendo ir conosco, mas dissemos que a levaríamos outro dia e a mãe dela ficou consolando.
Chegamos à praia junto com a chuva. Ficamos no carro para ver se passava e nada. Voltamos para casa e minha mãe comentou:
- Até a Maria Elis pensa mais do que nós.

obs: ela tem dois anos e é linda demaaaaaaaaais *_*

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Amélie, Amélie..


Hoje foi mais um dia que eu sai de casa meio sem graça, sem sal, sem humor e voltei plena.
Sexta-feira passada, parecia um programa normal e mais: talvez bobo. Ir ao Antigo à tarde. Eu adoro o Recife Antigo, mas à noite. Pessoas, músicas e bebidas. Mas à tarde? Eu arrisco dizer que foi melhor do que qualquer noite. A exposição na Torre Malakoff, o passeio de canoa, o lanche na padaria e o vinho no fim da tarde me fizeram tão feliz!
Hoje não parecia que seria bobo, mas eu esperava brincar. Eu ando com tanta vontade de correr, suar, brincar de esconde-esconde, pular corda.. só que no fim das contas muita gente não foi. Por um momento eu pensei que os meus planos fossem por água abaixo. Na verdade eles realmente não foram concretizados. Mas ficar ali no laguinho conversando, rindo, comendo e matando a saudade me fez sentir que valeu tanto como qualquer brincadeira de criança que eu ando sonhando. Um outro detalhe legal é que há dias chove toda tarde. Hoje abriu um solzão! E mais: na hora que eu estava indo embora, começou a chover e eu andava loooouca pra tomar banho de chuva e lavar a minha alma! Fui pra casa tão satisfeita e nem senti medo de ser assaltada no caminho esquisito.

O que importa é que eu tenho os meus amigos e que eles não aparecem só quando eu bebo. (intertexto: Vanguart) :]

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A menina que roubava livros.


"As árvores eram altas e triangulares. Permaneceram caladas.
Liesel tirou da bolsa "A sacudidora de palavras" e mostrou uma página a Rudy. Nela havia um menino com três medalhas penduradas no pescoço.
- "Cabelos cor de limões" - leu Rudy. Seus dedos tocaram as palavras. - Você falou de mim com ele?
No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde a beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando.
Anos antes, quando os dois haviam apostado corrida num campo lamacento, Rudy era um conjunto de ossos montado às pressas, com um riso irregular e hesitante. Sob o arvoredo, nessa tarde, era um doador de pão e ursinhos de pelúcia. Um tríplice campeão de atletismo da Juventude Hitlerista. Era seu melhor amigo. E estava a um mês de sua morte.
- É claro que falei de você com ele - disse Liesel.
Estava se despedindo, e nem sabia."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aqui, dentro.


Às vezes eu fecho os olhos para não perceber que talvez as coisas estejam mudando. Porque elas mudam, eu sei, mas você era uma das poucas que eu acreditava que mudavam junto comigo. Você estava sempre aqui, mesmo estando lá. Você vai continuar lá, mas eu quero que continue aqui: dentro.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

- Alô, quem é? (já sei)


Lembra a ligação? A da menina que ia levar o cachorro para passear e ao cinema. Talvez eu também receba uma. Coincidência é que eu não tenho cachorro, mas estava saindo justamente para ir ao cinema quando soube. Só que fui. O telefone ainda não tocou. Vai demorar, na realidade. Se é que ele tocará. O único problema é que eu não sou esperta como ela e sou capaz de retornar a ligação, mandar mensagens e afins. O problema não é nem esse. É que eu vou acreditar que tudo o que será dito é verdade. Hoje eu sei que não é, mas a minha memória é muito fraca, até lá já terei esquecido. Tenho certeza.
Ou não.
As coisas nunca acontecem como eu imagino mesmo. Talvez meu telefone seja cortado e meu celular roubado (mais uma vez). Talvez não exista situação nem vontade de ligar.
Talvez, talvez.
Enquanto isso, vou me preparando - para o pior, sempre!
O que vier é lucro. (ou não)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O homem das rosas.


Todos nós guardamos segredos. Alguns são egoístas e inconfessáveis. Mas aquele homem tinha um segredo. Ele era "o homem das rosas".
Quando ele andava nos lugares e escutava histórias de alguém que estava passando uma hora difícil, por doença, perda de alguém, de emprego, etc, etc, anonimamente, ele enviava uma rosa para a pessoa. Ao morrer, ele havia enviado, se não me falha a memória, seis mil rosas! E tinha um pacto com a florista da cidade para ela não divulgar o seu nome, um segredo que ela guardou até que a mulher do homem resolveu contar a história no dia do seu enterro. A última rosa que ele enviou foi para a sua mulher. Disse que para ela reservava a rosa mais bela!
(...)
Sei que as pessoas andam muito assustadas e não interferem para socorrer o outro nem quando este foi assaltado ou atropelado. É como se todos já estivéssemos também tão atropelados e assaltados que não aguentássemos ver ou socorrer vítimas.
Mas enquanto houver uma pessoa que mande, desinteressada e anonimamente, uma rosa para alguém que dela necessite ou a mereça, ainda haverá esperança de que nem tudo secou em nós.
Sei que alguém pode resmungar: "mas que coisa mais piegas!" Talvez seja. Mas também é verdade que a aspereza de nossas vidas fez com que embotássemos os sentidos e emoções. E, no entando, oferecer uma rosa seria tão simples. Tão simples e urgentemente necessário.

-
Affonso Romano de Sant'Anna.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Revolutionary road - Foi apenas um sonho.


- OLhe, Frank, é por causa de dinheiro? Se for, podemos..
- Agradeço muito, mas não é. É uma questão pessoal.
- Vou lhe dizer uma coisa que meu pai me disse. Um homem tem poucas chances na vida. Se ele não as agarrar, um dia vai se perguntar como acabou se tornando medíocre (...)
- Saber tudo o que você tem, saber tudo o que precisa, saber como sobreviver sem tudo isso - é isso que é controle de inventário.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Coração cansado.


Era um dia como outro qualquer, apenas mais um domingo: levar seu cachorro para passear, tomar um solzinho na praia e, quem sabe, um cinema com as amigas mais tarde. Estava já para sair quando o telefone tocou, um telefonema às 7 da manhã em pleno fim de semana não é normal, mas em todo caso aquela era realmente uma situação incomum. Um choro inconsolável do outro lado da linha a pegou de surpresa; queria ela saber o quê estava acontecendo, mas aquele homem não permitia pergunta alguma, só era ouvida a voz dele, intercalada por suspiros e soluços. Lamentava muito, pedia mil perdões, dizia que a amava, implorava por vê-la, precisava daquilo. Sem outra alternativa o pedido foi aceito. Entendia ela que tudo não passava de um mero engano, mas chegava a ser egoista deixar alguém naquele estado sozinho, além do que, sentiria-se culpada depois. Arrumou-se, entrou em seu carro e foi ao encontro daquele desconhecido.
Um desconhecido...antes fosse. Deu de cara com aquele rosto tão conhecido, tão admirável, como pôde não reconhecer aquela voz? A que por tanto tempo lhe dissera palavras doces e bonitas, mas que a surpreendeu com um "desculpe, mas o amor acabou, sempre acaba." Não podia ser, não fazia sentido! Aquela ligação não havia sido um engano, ou talvez até fosse uma brincadeira, não sabia. Mais do que isso, não sabia o quê fazer. Deu meia volta, mas não resistiu a um incomum: "Por favor!".
Estava atordoada, sentou-se e ouviu tudo o quê mais quis escutar por seis exatos meses. Nesse tempo teria ficado satisfeita com metade daquelas palavras, explicações, mas agora nada daquilo fazia mais sentido. Nunca havia amado tando alguém como o amara, mas o fim repentino e sem motivos definidos destruiu o seu 'antigo coração' e nesse meio tempo, aprendera a amar outro alguém: a si própria.
"Desculpe, mas o amor acabou, sempre acaba." Levantou-se, entrou em seu carro, voltou para sua casa e foi levar o seu cachorro para passear.

-
Sonhei com um telefonema. Lembrei desse meu texto antigo. Foi bom ter sonhado: resgatei o texto e mais uns pensamentos para antes de dormir.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Plenitude.


Em todas as tardes possíveis tudo ocorria exatamente igual, como se fosse um ritual.
Pegava um copo com água e entrava em seu quarto. Fechava a porta, pegava os óculos, o celular e um livro. Apoiava o travesseiro na parte mais alta da cama e a cabeça no vão entre o ferro e a parede. Aparentemente era desconfortável, mas de fato não. Abria a janela, o livro e se enrolava com o lençol marrom e branco. Com o tempo, o pescoço doía e o corpo ia descendo até deitar realmente. Virava para um lado, lia, cansava. Para o outro, lia, cansava. Ficava de barriga para cima, mas era difícil apoiar o livro. O sono ia chegando. Acabou o capítulo. Fechava o livro, tirava os óculos e colocava ambos aos pés da cama. Fechava a janela para ficar escuro e se cobria até o pescoço. Cerrava os olhos e começava a fantasiar até dormir, essa era a idéia, pelo menos.
Dali a uns 10 minutos a porta abria. Olhava, mas já sabia quem era. Aquela figura pequena e risonha trazendo um travesseiro.
- Ah, não, eu quero dormir!
- Eu também quero! Dá um espacinho, vai.
- Não cabe, não dá..
- Vai mais pra lá, encosta na parede.
- Olha, é pra ficar em silêncio que estou com sono!
- Está bem, está bem.. psiiiu, silêncio.
Uns 3 minutos se passavam e ela começava a tagarelar sobre qualquer coisa. Sobre a vizinha, sobre a família, sobre a novela, sobre comida.. qualquer assunto. Não conseguia ficar calada de jeito nenhum.
- Psiiiiu, quero dormir, esqueceu?
- Ah é! Silêncio, silêncio.
Finalmente ele tomava conta do ambiente. Virava para o lado da parede e quando o cochilo começava sentia que ela levantava da cama e fechava a porta. Era sempre assim! Sorria às escondidas, uma confidência com a parede e o cachorrinho de pelúcia que ficava entre as duas.
Sua mãe não tinha sono. Entrava todas as tardes no quarto para ficar ali durante aqueles poucos minutos abraçada com ela. Ela também adorava. Reclamava só para se fazer de difícil - era seu esporte favorito. No fim, a tarde era feliz para as duas: a garota teria bons sonhos e a mãe também passaria a tarde feliz fazendo sabe-se lá o que. A única certeza é a de que o amor entre mãe e filha é uma das coisas mais belas que existem.

domingo, 5 de julho de 2009

Família.


Voltei do interior e mais: da casa da minha avó.
Toda vez que regresso de lá, venho pensativa. Fico analisando o quanto a minha vida é diferente da das pessoas que vivem lá e do quanto a minha avó não se parece nada com todas as vovós de novelas, filmes e etc.
As vovózinhas são sempre gordinhas, de cabelos brancos e boazinhas. Nesse ponto, a minha é super magra. Elas sempre adoram cozinhar e fazer as comidas preferidas dos netinhos. A minha ODEIA cozinha, faz o almoço reclamando e só o do meu avô. Quem faz minha comida é minha mãe e é impressionante o quanto fica ruim, acho que é culpa das panelas da minha vó (?)
Quando morava em Campo Grande e ia a Maceió a cada dois anos, era sim um grande evento. Tinha "festas" a nossa espera, comida especial e minhas primas me davam comida na boca. Hoje em dia que eu moro bem perto, acho a viagem bem mais chata: não tem comidinhas, cidades novas e hotéis. Além do que, chego lá sem festas e afins e vou embora do mesmo jeito. Fora isso, como mal (fico sem apetite), durmo mal e não posso ler por ter muito barulho.
Chegar lá e ficar a maior parte do tempo deitada não quer dizer que eu não gosto deles, só significa que eu preciso de um lugar pra ficar sozinha e de um pouco de silêncio. Se tiver isso, juro que consigo sair com um sorriso no rosto fácil, fácil. A falta de dotes culinários da minha vó também não faz com que ela seja pior do que a Dona Benta, mas é que às vezes eu fico tão carente que quem sabe um bolo saindo do forno não me animaria.

Ah! É importante ressaltar que minha vó é muito moderna, isso sim:
- Estão tomando um vinhozinho pra esquentar, né?
- Não, vó, é guaraná.
(aham ¬¬)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Até.


Dessa vez é o meu corpo que vai passear.
A minha alma anda em paz, só espero que retorne assim.
Eu volto, como sempre. Acho.