sábado, 21 de fevereiro de 2009

Menina, vamos nessa!


"500 mil pessoas sem fazer nada,
pulando no meio da rua,
gozando do prorpio sofrimento.
Centenas de milhares de idiotas
que trabalham o ano inteiro
pra gastar todo o dinheiro
nesses 4 dias, nesses 4 dias de folia."

Mundo Livre S.A. - Carnaval insquecível na cidade alta

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Isso não é uma crítica ao carnaval. Eu, particularmente, acho que é uma festa fascinante, uma época incrível. Aqui em Recife, pelo menos, a cidade pára e só vive carnaval. É impressionante: os assaltos diminuem, os menores abandonados não estão na rua, é só festa, desde de manhã até a manhã do dia seguinte, a cidade fica linda. É lógico que essas mudanças são em virtude dos turistas, da indústria carnavalesca que quer passar uma ótima impressão para todo o mundo, mas eu acho que as próprias pessoas também mudam.

O que nos faz vestir fantasias, dançar no meio da rua, socializar com desconhecidos, esquecer os problemas, ficar feliz mesmo sem motivo? Acho que o motivo é justamente essa catarse, poder esquecer de tudo, de todos, de obrigações, da sociedade. Aproveitar, só isso, com motivo ou nao, aproveitar porque está vivo, aproveitar porque, agora sim, o ano va começar de verdade e como todos, nao vai ser nada fácil. Colocar todas as energias ruins pra fora e só receber coisas boas.

Eu pretendo ficar bastante ébria e chorar bastante, colocar tudo pra fora e começar o ano de novo. Até a quarta-feira de cinzas, o primeiro dia do meu ano. :)


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Oxímoro.


você é o que há de mais bonito e mais feio em mim.
você é a minha simplicidade: eu quero aniversários, almoços, tardes, companhia. quero serenidade, correr, pular, brincar.
só que não chega nada disso: vêm o desencontro, as partidas, as promessas, a espera. chega o ódio, a mentira, a falsidade, a incerteza.
você é a minha falta de amor-próprio e o meu orgulho gigantesco. é toda a minha volatilidade e a minha certeza. é o meu sorriso irônico e o meu choro silencioso. é a minha arrogância e a minha humildade. é você que não me acrescenta nada e não me faz falta alguma.

é de você que eu sinto mais saudades.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Até lá.

Hoje tive a primeira aula de Português 3 na faculdade e uma atividade aparentemente normal em primeiros dias me deixou pensativa até agora. O professor pediu que nos apresentássemos: nome, se estudávamos em escola pública ou privada e se jornalismo havia sido a nossa primeira escolha. Tudo normal até eu me dar conta de que, em uma sala com 40 pessoas, apenas uma havia estudado em escola pública. É lógico que eu sei da dificuldade de entrar em uma universidade federal, sobretudo para alunos que tiveram de lidar com a educação defasada do Estado, mas quando observei isso de perto, é muito mais assustador.
Eu não sei qual seria a melhor solução para reverter a situação, aliás, o velho clichê de sempre: investir na escola de base. Tudo bem, mas os resultados práticos demorarão muito a aparecer, e até lá?
Até lá o professor vai mudar a pergunta: todo mundo aqui é de escola particular, né? Talvez uma ou duas pessoas digam que não...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sociedade dos poetas mortos.


"A verdade é como um cobertor
que sempre deixa seus pés com frio.
Você empurra, estica, nunca há suficiente.
Você chuta, bate, nunca nos cobrirá.
Desde que chegamos chorando,
até partirmos mortos.
Só cobrirá um rosto,
enquanto você berra, chora e grita."

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e se você resolvesse ficar com frio? será que te acalmaria?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pode ser eterno


Por mais que ninguém possa achar e/ou entender,
por mais que algum dia eu não ache nem entenda mais,
eu vou ser um esquilo nessa foto para sempre.
Porque um dia fui,
porque um dia fomos
e as coisas não são apagadas,
elas ficam, elas marcam, elas podem não existir mais,
mas elas permanecem, lá dentro, escondidas, camufladas,
mas lá dentro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Saciável.


Passando por cima de tudo e de todos
A fome universal sempre querendo tudo
E com o tempo inteiro a seu favor
NÃO VEJO A HORA DE COMER, JÁ SALIVANDO
O estômago fazendo a festa em alto volume
Daqui da fome dá pra ver o que acontece
A fome tem uma saúde de ferro
Forte, forte como quem come
A única verdade debaixo desse sol
Em carne viva se apresenta
Ninguém quer comer agora
Pro gosto chegar depois
Daqui dá fome dá pra ver...
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Nação zumbi - Fome de tudo
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será que alimentar o ego é ser superficial?

As coisas ruins na minha vida vêm sempre acompanhadas por uma boa para amenizar. Foi sempre assim: quando achava que não ia aguentar, de repente vinha uma mão, uma não: uma, duas, três... para me levantar e me trazer de volta.

Desde ontem que eu penso nisso, aliás, desde muito tempo, mas ontem tive mais uma prova.

É por isso que eu não me dou ao direito de reclamar de nada, eu até reclamo, na hora, na raiva, mas depois passa.

A minha serenidade vai permanecer!

sábado, 7 de fevereiro de 2009


Meu coração bate descompassado.

O maior problema é que não posso fazer nada para mudar isso. Se o problema fosse com a minha mente, era só lembrar de um bocado de coisas ruins que ela se ajeitava na hora.

Mas meu coração é burro.Burro, cego e surdo, pricipalmente surdo.

Mas eu sou esperta, muito esperta, não posso esquecer disso ;)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O fabuloso destino


Não tenho quase nada de Amélie, nem sei se queria ter.
Não quero ser inocente. A minha inocência roubada não me faz falta, talvez por ter certeza que, mais cedo ou mais tarde, tirariam-na de mim.
Apesar disso, sei que o modo singelo e a sua delicadeza fazem com que eu a admire.
Não fico feliz ao enfiar a mão em um saco cheio de grãos, mas fico ao tomar "Tampico". Não guardo pedras, mas recorte de jornais e pedaços de papel. Ah! Também tenho deixado rastros por aí, só não sei se, assim como os dela, serão seguidos.
Não sei se terei um "fabuloso destino" e nem mesmo sabemos se ela o teve, mas, para aqueles que um dia esbarraram com ela, Amélie será uma boa lembrança, isso sim, espero ser.
Talvez eu tenha mais de Amélie do que me dava conta.
Pensando bem, não sei mais se ela parece tanto com Macabéa.
Mas não sou delicada.