terça-feira, 28 de abril de 2009

Fez-se a luz.


Ontem à noite, faltou energia.
Toda vez que isso acontece, eu me dou conta do quanto NÃO DÁ PARA FAZER NADA sem luz! eu tentei dormir, mas o calor não deixava; ler, mas o escuro não deixava; usar o computador, assistir televisão ou escutar música, nem se fala, né? Bom, o que dava era conversar, contar umas histórias de terror ou (...) hahaha. Sozinha não dá pra fazer nada disso.
Fiquei pensando loucura, na passagem da corrente elétrica, nos elétrons se movimentando. NUNCA VOU ENTENDER ISSO! ainda bem que existe notação científica e termologia, se nao, nunca ia ter passado no vestibular.
Depois ainda dizem que o pessoal de exatas tem a cabeça fechada. Produzir corrente elétrica, aparelhos eletrônicos e afins, para mim é ter uma mente muito mais aberta do que interpretar uma exposição de arte. Arte dá pra falar qualquer coisa. É a sua visão mesmo, eu vejo o que eu quiser, oras.
Mas para ver, é preciso de luz!

sábado, 25 de abril de 2009

Você é o espelho meu?


Por que quando não vemos alguém há muito tempo, o reencontro vem seguido de muitas observações sobre nossa aparência?
Hoje, depois de um ano mais ou menos, voltei ao Colégio Militar de Recife - era aniversário - e fiquei prestando atenção nesses comentários. Um, sobretudo, chamou mais atenção: o primeiro.
- o que vocês estão fazendo da vida?
- bom, com esse vestidinho você só pode estar na federal, Alana. Cadê a havaiana?
(oi? eu juro que fiquei sem entender. sério, nao entendi qual foi a da professora.)
- oooi, nossa, você está mais magra!
- poxa, professor, não fala isso, estou querendo engordar..
- não, não, deve ser o vestido.
( HASDIUASHDUIAHUA, pelo menos ele foi fofinho.)
- nossa, você está tão linda!
- aaah, brigada, professor.
( esse foi só mentiroso.)

Por causa desses fatos, eu lembrei da minha avó, que adora fazer isso toda vez que eu chego na casa dela. O pior é ir acompanhada, porque aí ela faz observações sobre mim e sobre as outras pessoas que estão comigo, é sempre muito constrangedor. Eu sempre pensava: é coisa de velho. Mas esses dias, encontrei um amigo e a primeira coisa que disse, foi: "nossa, você engordou!" Senti-me péssima e inconveniente depois. não pelo dito, mas por ter sentido que foi um comentário desnecessário, como os da minha avó.
Será mesmo que isso é coisa de velho? Será que eu estou ficando velha? Ou será, simplesmente, que eu deixei de ver os meus amigos?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Mariana.


Já estava com saudades de você, Mariana. Confesso que a sua ausência faz com que eu me sinta um pouco vazia e é tudo tão estranho, porque a sua presença não me faz plena, mas me deixa angustiada. Vai entender. Fato é que hoje você reapareceu. Ali, naquele mar, naquela garoa, com as ondas que sempre me intrigam - que vêm e de repente morrem: não são mais. mas para onde elas foram? - naquele reggae e com toda a paz que eu ainda não sei se foi você quem trouxe ou se foi a situação, que é fácil de ver a tranquilidade que traz. Acho que foram as duas coisas. Essa foi a sua visita mais prazerosa, que apesar de me fazer pensar: "será que eu fiz o certo?" e mais: "por que eu fiz isso?", logo em seguida me despertou a certeza: "eu vivi o certo." E fiz o certo também! Faça, mas faça direito! Esclareça, não magoe. Se você for sincera com você mesma e, pricipalmente, com os outros, todos saberão entender. Isso eu aprendi com você! Com todas as suas indagações. Não deixe que os outros se perguntem o que você já se perguntou. Não deixe que ninguém sofra o que você já sofreu. Consideração a gente exige, quando tem para com o outro. Respeito não é ninguém que lhe dá, é você que impõe. É por isso que eu te considero e te respeito, Mariana, porque você se fez merecedora e tem me feito. Obrigada por aparecer quando eu mais preciso.

sábado, 18 de abril de 2009

Semente do bem.


Ontem fui a uma palestra do Leonardo Boff, fui nem saber do que se tratava, fui só por ser dele. Cheguei lá atrasada, mas bem na hora que ele disse: "O tema é 'Educação para sustentabilidade'". Pensei: que droga, se soubesse, não tinha vindo. (HAHAHA)
Confesso que não sou ligada a questões ambientais e que não consigo me envolver com elas. Algum dia vou parar para pensar e ver se, prepotentemente, tento descobrir o porquê disso, mas, por enquanto, mesmo sem porquês, isso é fato. Não é que eu sou uma consumista louca e o universo que se dane. Acho até que consumo pouco para os padrões e isso me basta, além do que, as pequenas coisas eu faço: não jogo lixo no chão, economizo água.. essas coisas bem básicas mesmo, mas eu não me vejo: "Gente, vamos lá, vamos salvar a Terra!" e eu acho isso uma coisa triste em mim.
Mas ontem foi diferente, eu consegui ser cativada. Não vou dizer que estarei chamando vocês para irmos salvar a Terra amanhã, mas eu acho que uma sementinha foi plantada dentro de mim, talvez ela demore um pouco para germinar, talvez não, vai saber.. hoje me disseram que ele é um apelão, que ele só fala de emoção, de sentimento e tudo sem muitos argumentos. Concordo que ele fala muito de coração, mas se ele consegue despertar coisas boas nas pessoas eu acho válido. As teorias, os dados, as correntes filosóficas nunca me sensibilizaram, por exemplo. Que mal há falar em emoções? Eu não vejo nenhum.

No fim, ele falou de 4 coisas que nós não devemos esquecer:
1- TER ESPERANÇA: a mola interior, o fogo. Fazer as revoluções moleculares, não do peito para a frente, mas das costas para frente.

2- ACREDITAR NO INCONCEBÍVEL: o avião, por exemplo. nós não voamos porque temos o avião. nós voamos porque um dia alguém quis voar e transformou isso em realidade.

3- O PRINCÍPIO MINHOCA: não trabalhar na superficialidade, mas por baixo, arar a terra, cuidar das raízes.

4- NÓS SOMOS UM PROJETO INFINITO: o ser humano tem dentro de si potencialidades e busca o seu infinito interior, para chegar ao infinito espiritual.


Eu achei a palestra bastante proveitosa e ainda bem que eu não sabia do que se tratava, HAHAHA. Ah! Além de tudo ele é um fofo e disse que eu era uma moça muito bonita :)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Entusiasmo (falta de).

Acabei de descobrir que "entusiasmo" em grego significa: ter um Deus dentro.
Isso provocou pontos de interrogações gigantescos aqui dentro. Eles devem ter se aproveitado desse vazio que tem tomado conta de mim.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Rota 66.


" Logo depois da entrevista percebemos que os dois rapazes continuavam sendo agredidos por um grupo de PMs, junto à entrada da carceragem da delegacia. Discretamente, Renato Rodrigues coloca a câmera embaixo de seu braço esquerdo. Com a mão direita ajusta o foco. Aperta o botão que dispara a gravação um pouco antes do momento em que um PM chuta o menor ferido na barriga. Em seguida, o rapaz leva um tapa no rosto fora do ângulo de alcance da câmera, se desequilibra e volta para a posição em que estava antes. Um outro PM se aproxima do menor, enfia o dedo em seu ferimento, dá um beliscão. Avisado por um colega, o PM olha assustado em nossa direção. Recua imediatamente e consegue sair do ângulo de visão da câmera. Mas era tarde demais.
Horas mais tarde, as imagens das agressões aos dois menores foram transmitidas para todo o país pelo Jornal Nacional. E divulgadas ao mundo, meses depois, por meio de um relatório da Anistia Internacional. Vinte e quatro horas depois da denúncia, por ordem do comandante-geral da Polícia Militar, três dos PMs acusados foram expulsos da corporação. Fora as cenas de horror que presenciamos, lembrar o dia 20 de novembro de 1986 me deixa especialmente feliz ao acabar de escrever este livro.
Naquele dia, acreditamos ter evitado registrar os nomes de mais duas vítimas em nosso Banco de Dados."

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Fim do livro "Rota 66" de Caco Barcellos.
O livro é cruel do início ao fim. Há tempos eu não lia tão empolgadamente e - acho que nunca - tão revoltadamente. A sensação de impunidade toma proporções tão grandes que eu fui sentindo um vazio, um vazio... foi aí que eu me surpreendi! Com o final! O dia 20 de novembro de 1986 também me deixou especialmente feliz, não só pelos menos dois mortos pela PM, mas pela sensação de que algo - o mínimo que seja - pode ser feito. Menos dois de um total de 3846 pessoas contabilizadas por Caco como mortas pela PM em 22 anos, para muitos pode não significar nada, mas, para mim, significa muito! E é por esse muito - pouco - que eu quero lutar.

obs: ele é o cara! *_*

domingo, 12 de abril de 2009

Dar (receber) vida.


É páscoa.
Acho que pra quem não acredita em Deus (ou não no Deus cristão), a páscoa é um dos feriados mais sem sentidos. O natal também, mas natal é no fim do ano, época quando tudo é festa e as pessoas aproveitam para trocar presentes. Mas a páscoa... a páscoa é em abril! O que tem em abril? Páscoa? Abril pro rock? HAHA. E, além do mais, é um feriado de quatro dias! Pra quem é ateu, além de não ter sentido, a páscoa é um ótimo feriado.
Eu acredito em Deus, mas esse ano me dei conta de que a páscoa sempre foi para mim um feriado sem sentido - não estou falando do sentido cristão - mas do sentido pessoal. Bom, eu vou à Igreja, lá dizem que Cristo ressuscitou, que é tempo de renovação, de renascimento. Eu escuto, acho tudo muito legal, volto pra casa e pronto. Simples.
Nesse ano não! Eu venho buscando sentidos para tudo que eu faço e acontece comigo - talvez isso faça com que eu enlouqueça no futuro, mas por enquanto está dando para levar - e eu nao queria que com esse fato fosse diferente.
Faz tempo que eu tenho a sensação de que sou muito inútil. Que não faço nada para ajudar ninguém. Decidi doar sangue. Na verdade, já tinha decidido isso antes, mas não posso, não tenho o peso suficiente, então tinha deixado de lado. Parece uma coisa bastante boba, na verdade, eu também acho. Não exige enormes esforços. Mas, contraditoriamente, é uma coisa boba que poucos fazem, e que pode salvar vidas! E, além de tudo, é um começo.
Para mim, vai ser um pouco mais difícil: vou ter que engordar e superar meu medo de agulhas.
Espero que dê certo e que, no futuro, eu possa fazer ações mais diretas. Que eu continue buscando sentidos e sobretudo encontrando-os.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Suspiro.


eu odeio quando eu sou inconstante. odeio esses dias chuvosos que me deixam frágil e sentimental. odeio o Zeca Baleiro que me faz pensar em coisas tristes de uma maneira tão linda e me trazem lembranças tão boas - que hoje estão potencializadas em tristeza. é muito difícil tentar ser uma pessoa digna, estou quase desistindo...

domingo, 5 de abril de 2009

Desejos.


Aquele personagem a fascinava. Aquele mistério a excitava. Aquela inteligência ela invejava. Aquela prepotência a irritava.
Cada dia era uma sensação diferente, mas tudo isso nunca havia sentido antes. Aquelas costas largas - nem tanto - hipnotizavam-na, era como se existisse algo que a tragasse e levasse para um lugar desconhecido. De repente, surgia um sorriso e um olhar, ambos disfarçados e desaparecidos no instante em que ela olhara. Além de tudo era covarde! Ela ficava ali, se perguntando se aquele olhar e aquele sorriso realmente aconteceram - na verdade achava que não. Não imaginava que ele pudesse ser capaz de atos tão simples com mulheres, sobretudo com ela. Só imaginava suas costas largas, suas mãos grandes e todo o resto que essas partes podem significar. Não que ele tivesse o esteriótipo de garanhão, mas ela o julgava tão completo que a mulher, para ele, só o poderia completar dessa maneira. Aquele desenho - aquela mini-saia - corroborava o seu pensamento. Mas que mal há nisso? Além de umas costas largas, umas mãos grandes e um mistério? Ela estava disposta a pagar para ver, mas não pagaria, nem veria, pois depois ela não seria mais tragada, e preferia o êxtase eterno a um fenômeno da natureza momentâneo.