segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O amor é cego.


Sabe quando você percebe que não gosta mais de alguém?
Quando, ao vê-lo, ao invés de o seu coração acelerar, as suas pernas tremerem, as suas mãos suarem e você caminhar em direção a ele sem saber o que fazer nem falar, mas com a certeza de que não será você que fará nada do que está por vir, que é sempre um outro "eu" que responde quando você está perto daquela criatura. Quando, ao invés disso tudo, você o vê, fica parada e pensa: "Nossa, como ele está gordo e que roupa feia..".

Viva a (falta de) beleza exterior!

sábado, 28 de novembro de 2009

Sobre decepção.


Há tempos não me decepcionava com alguém. Não que as pessoas tenham sido todas boas comigo ou da forma que eu queria que elas fossem. A questão é que não quero que sejam de forma alguma. De uns tempos para cá, quero poucas coisas, na verdade. Tenho apenas dois sonhos na vida e morro de medo de não conseguir realizá-los, o resto é resto e eu juro que não queria ser assim. Bom, a questão é que ontem lembrei o gosto que a decepção tem e confesso que não consegui digerir ainda. O problema não é errar, mas não aprender. Isso de "aprender com os erros" parece mais um clichê ridículo, mas acaba sendo verdade, pelo menos para mim. Sem hipocrisias de dizer que eu prefiro errar, mas tive grandes lições com os meus maiores erros ou com as grandes coisas que já deram errado na minha vida. Não sei se me tornei realmente uma pessoa melhor, mas diferente sei que estou. Mas a questão não sou eu e a decepção nem é o que me consome mais, é mais tristeza por saber da decepção que virá em breve. Sabe como perceber que ama alguém? Quando prefere que o sofrimento dela fosse seu.

domingo, 22 de novembro de 2009

Afogamento.


Estou submersa em uma maré de azar:
Quase vendi meu fígado para conseguir uma entrevista para uma matéria, consegui, mas publicaram errado: sem a entrevista;
Fiz meu trabalho de fotografia, tirei as 24 fotos, mas nada de o fime travar: 26, 29, 32, 44. Na verdade, o filme não estava preso e não tirei foto alguma;
Fiz minha pova prática no Detran sexta e já tinha feito tudo, inclusive colocado o carro no maldito buraco da baliza, mas claro, fui inventar de dar mais espaço e bati a traseira, reprovei;
Estou com amigdalite pela quarta vez em seis semanas, meu pai não está podendo dirigir e tive que ir para dois hospitais hoje de ônibus. Transporte público dia de domingo é uma delícia: demora e vem super cheio, mas como desgraça pouca é bobagem, peguei 5 só hoje;
O médico disse que eu posso ter um sopro no coração;
E para completar, só para completar, estou eu, saindo do banho e fazendo minha retrospectiva de coisas ruins quando toca o telefone:
- Alana, está melhor?
- Aham.. (....)
- Ah, que bom! Liguei pra dizer que você é uma azarada!
- Ham?
- Você é uma azarada!
- Por quê?
- (...)
- PUTAQUEPARIU!
Depois dessa, vou tomar um banho com sal grosso, sério.
Ah! Só pra completar: quando coloquei meus pés na sala, o Botafogo fez o gol aos 46 minutos do segundo tempo. Não contei pro meu pai que foi por minha causa, ou ele teria ficado muito bravo.

Estou submersa em uma maré de azar e detalhe: não sei nadar, claro.

sábado, 21 de novembro de 2009

Trilha sonora.


Música é fascinante.
Transporta a outros tempos, a outros lugares, traz lembranças, cria fantasias, aproxima pessoas. Música é estado de espírito.
Ontem uma amiga me ligou para compartilhar a "bad vibe" quando escuto, ao fundo, um sonido característico:
- Está escutando Radiohead, né?
Escutei Radiohead a semana toda e é impressionante o quanto isso potencializava a minha tristeza, que se tornava desespero. Mas, ao mesmo tempo, acabava sendo uma sensação boa porque depois daquela explosão durante "No surprises", depois da vontade de acabar com tudo de uma vez, depois dos 3 minutos e 49 segundos, era como se tudo tivesse ficado bem, leve.
Hoje à tarde, depois de MAIS UMA crise de amigdalite, desisti de ler o livro da Fenaj e fui dormir. Coloquei Radiohead e tive pesadelo. Acordei suada, atordoada, fui abrir a janela e bati meu cotovelo, porque tudo o que eu precisava no momento, era de uma dor de cotovelo.
Falando em cotovelo, esses dias minha mãe abriu a porta do meu quarto e pediu pra que eu colocasse outra música: "Alana, eu não gosto quando você escuta Fresno, eu sempre acho que você está sofrendo por amor...", UAHDSIUAHDSAHDSAIUDHSADIUA, eu dei muita risada e disse que esse perigo eu não corro, não quando escuto Fresno, mas achei melhor não mencionar os estragos que Gram provoca em mim.
Depois de muita tristeza aumentada com Lucky, The tourist e No surprises, resolvi mudar o disco e coloquei Natiruts.
Não sei o que acontece comigo, mas fico incrivelmente feliz:
"Não chore, meu amor, tudo vai melhorar.."
Já até dancei pela casa (e TPM é uma desgraça).

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bola de neve não, avalanche.


Tenho tanta coisa pra fazer, mas tanta, tanta, tanta que se eu me lembrar disso a toda hora, vou enlouquecer. Nessa necessidade de sobrevivência, aprendi a pensar em uma coisa de cada vez - pensar sempre na mais próxima - até que ela se resolva e eu possa pensar na outra. Cada dia a mais, é uma coisa a menos, mais ou menos isso. O ÚNICO PROBLEMA é que nada tem se resolvido, mais do que isso: tudo tem virado um problema maior, maior, maior e agora não adianta: a bola de neve já virou avalanche e a minha cabeça vai explodir de tanta dor. Dói tanto que nem pra Pasárgada eu consigo ir e eu sempre acho que é covardia cair tudo em cima de mim assim de uma vez, mas eu sempre sobrevivo, eu acho.

domingo, 15 de novembro de 2009

Eu, monstro.


Sempre fui uma pessoa organizada e isso sempre se passou como natural para mim, nunca tive grandes reflexões a cerca das minhas arrumações, nem o quanto isso era importante, etc, etc. Até que eu me tornei uma pessoa desorganizadíssima! A bagunça do meu quarto me deixa louca e o pior é que está tudo aparentemente no lugar, ou seja, minha mãe não tem ataques histéricos me mandando arrumar nada e, é claro, continua tudo do mesmo jeito: um monte de papel sobre um monte de papel e mais papel! O problema disso tudo, definitivamente, não é a estética do meu quarto. Acontece que esses malditos papéis são importantes, cada um na sua hora, e justo na hora do X, o maldito desaparece! Além de desorganizada, eu agora não sou nada pontual e a hora do X é tipo 02:25 da madrugada do sábado no qual eu preciso fazer um trabalho sobre Paulo Freire, ir dormir e acordar cedo pra fazer outro trabalho no domingo (que delícia!). Acontece que além de desorganizada e atrasada eu também sou preguiçosa e não levo o meu caderno à faculdade, ou seja, cada dia anoto em um pedaço de papel diferente que depois eu não sei onde enfiei. Bom, amanhã quando eu estiver louca procurando minhas coisas sobre Talese, Paulo Freire vai aparecer, com certeza, e eu só não vou mandá-lo àquele lugar, porque educada eu ainda sou.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Agulhas e amor.


Agora moram dentro de mim além de algumas pessoas, alguns sonhos, algumas dúvidas, algumas certezas e algumas crises, umas bactérias queridas. Tão queridas e egocêntricas que não me deixam falar, engolir, comer e dormir, me querem só para elas. Mas sabe, eu não gosto desse tipo de relacionamento sufocante (literalmente) e resolvi me livrar delas antes que elas acabacem comigo.
Depois de quase desmaiar, fui ao Hospital - como eu odeio aquele lugar - o médico me passou uma injeção e me encaminhou para o otorrino. Não tenho medo de injeções, houve uma época em que eu tomava uma por mês e isso nos fez amigas, mas isso já faz um tempo e digamos que a relação anda estremecida, mas estava lá, tranquila até chegar o enfermeiro:
- Você já tomou essa injeção?
- Sei lá.
- Bom, ela vai arder um pouco..
(já fui ficando tensa, ISSO NÃO É COISA QUE SE DIGA!)
- Huum..
- Lá vai: um, dois, três e .. JÁ!
Na hora, eu fechei o olho e imaginei que ele fosse enfiar a agulha como que me dando um soco, acho que foi por conta da contagem regressiva (QUE CARA SEM NOÇÃO!). Penso que ele não fez isso porque não doeu tanto - TANTO, porque doendo está até agora.
À noite tive que tomar outra, essa sim doeu, mas não por causa da enfermeira, mas da substância mesmo, mas foi rápido. Enfim, como dizem por aí:
O amor é mesmo uma dor.
(-q?)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nascedouro.


Quem não vai torcer pro coração bater?
Dá-lhe viver!

sábado, 7 de novembro de 2009

Círculos.


Posso seguir os mais variados caminhos:
andar, correr, pegar atalhos, parar, falar com estranhos, me perder, esquecer quem eu sou, mas, no final, vou chegar sempre ao mesmo ponto: cair do mesmo abismo.
Isso já perdeu a graça!

Não quero mais andar em círculos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Velocidade máxima.


O que aconteceu com o tempo?
Ontem mesmo eu peguei o celular para ver a hora e tive a sensação de que a data ia mudando a cada vez que eu olhava.
Tempo, querido, vamos mudar da quarta para a primeira marcha! Você sabe que eu não sou muito boa nisso.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O seu perfume pela casa.


Tenho uma relação muito particular com cheiros. Às vezes sobe um aroma que me faz lembrar algo ou alguém e me transporta pra esses lugares, pra perto dessas pessoas e eu gosto muito disso: felizmente, o meu senso olfativo é muito tendencioso e só me traz boas recordações. Algumas vezes vem um perfume característico e eu não consigo sossegar enquanto não me lembro de quem é aquele cheiro e mais: junto, vem muito sentimento. Fora isso, tenho amores de acordo com os meus perfumes. Isso vai parecer a coisa mais fútil do mundo, mas é verdade (ou coisa da minha cabeça): para cada perfume que eu já usei, existe alguém especial interligado. Tão ligado que já me causou enjôos usar um perfume que me lembrasse alguém do passado.
Hoje eu tive um desses "deja vus" olfativos. Abri o Sundown e, de repente, estava na casa da minha avó, de mau humor por ter acordado cedo e me perguntando por que raios eu disse ao meu primo que iria à praia com ele ou então o porquê de não ter marcado de sair ao meio-dia. Enquanto eu acabava de passar o protetor solar, de arrumar a bolsa e ainda iria tomar o meu café preto com pão sem nada, ele me esperava pacientemente na sala vendo televisão. Nós iríamos passar a manhã na praia, discutir e depois ele iria me esperar tomar banho para ir à casa dele assistir filme e fazer as pazes. No início do filme eu iria dormir, ele também e ficaria tudo bem. No fim de semana seguinte nós iremos à praia de novo.